Sex, 05 de Dezembro

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Crime

Polícia Civil prende suspeitos de fraudar laudos para obter indenizações do seguro DPVAT

No grupo que foi preso, estavam médicos, fisioterapeutas, um policial civil e até mesmo um político

Operação Sinistro, da Polícia Civil, prendeu suspeitos de fraudar laudos para obter indenizações do seguro DPVATOperação Sinistro, da Polícia Civil, prendeu suspeitos de fraudar laudos para obter indenizações do seguro DPVAT - Foto: PCPE/Divulgação

Por meio da Operação Sinistro, a Polícia Civil cumpriu 19 mandados de prisão e outros 19 de busca e apreensão em 13 cidades de Pernambuco, Paraíba e São Paulo.

Foi presa uma quadrilha suspeita de fraudar laudos para obter indenizações do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito, antigamente chamado de Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT). Na lista de presos, estão médicos, fisioterapeutas, um policial civil e até mesmo um político.
 

“A investigação buscou verificar como se dava esse processo fraudulento. Então, nós identificamos que havia fraudes desde a confecção do Boletim de Ocorrência, a emissão de laudos falsos, sendo laudos médicos e fisioterapêuticos, até a entrega dos valores que foram recebidos pelos beneficiários, mas não eram devidos”, explicou a delegada Viviane Santa Cruz, titular da Delegacia de Repressão ao Estelionato.

Os crimes investigados são falsidade ideológica, estelionato, uso de documentos falsos e corrupção passiva e ativa. As investigações foram iniciadas em 2021 após denúncia citando fraudes no seguro.

“A cadeia desse grupo envolvia intermediários, médicos e fisioterapeutas. Era um esquema criminoso bem articulado e que foi utilizado durante muitos anos em Pernambuco. Eles observavam pessoas normalmente do interior, de baixa renda, que estavam hospitalizadas em hospitais públicos. Aí tinham acesso às informações delas, cooptando os clientes para conseguir o seguro”, detalhou a delegada. 

Na investigação, foi identificado que um médico e um proprietário de uma empresa eram os principais articuladores da quadrilha. Um policial civil e um político, que cumpre mandato eletivo, também foram presos, mas os nomes não foram divulgados. 

Os mandados foram expedidos pela Vara Única da Comarca de Glória do Goitá. Na cidade, o policial civil participava do esquema ao registrar boletins de ocorrência que embasaram as fraudes. De acordo com a delegada, o prejuízo com o crime pode ultrapassar os R$ 2 milhões.

Em Pernambuco, os mandados foram cumpridos nas seguintes cidades: Recife, Arcoverde, Belo Jardim, Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Carpina, Gravatá, Limoeiro, Paudalho, Riacho das Almas e Santa Cruz do Capibaribe. Além delas, estavam Santos, em São Paulo, e Cabedelo, na Paraíba.

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