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PERNAMBUCO

Polícia desarticula quadrilha que obrigava moradores de Ipojuca a pagar taxas a traficantes

Foram cumpridos 11 mandados de prisão; alvos estavam no Recife, em Limoeiro, Itamaracá, Igarassu e São Paulo

PCPE deu detalhes da operação durante coletivaPCPE deu detalhes da operação durante coletiva - Foto: PCPE/Divulgação

A Polícia Civil de Pernambuco deu cumprimento a mandados de prisão, visando a desarticular uma quadrilha que oprimia moradores do distrito de Camela, em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife. Denominada "Camelus", esta é a 76ª operação de repressão qualificada de 2025.

Parte da população do município era obrigada pelo grupo, segundo a própria polícia, a pagar taxas a traficantes que ameaçavam os moradores de morte. A deflagração aconteceu na manhã desta sexta (17).

Prisões
Ao todo, foram expedidos pelo Juízo da Vara Criminal, da comarca de Ipojuca, 12 mandados de prisão e nove de busca e apreensão domiciliar, além de ordens judiciais de sequestro de bens e valores e bloqueio de ativos financeiros. Participaram do trabalho 75 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. Camela era o núcleo operacional da organização criminosa.

Do total, foram cumpridos 11 mandados de prisão no Recife, em Limoeiro, Itamaracá, Igarassu e São Paulo. Quatro alvos já estavam presos. Um estava em regime semiaberto e outras seis pessoas estavam em liberdade. Cometeram crimes como porte ilegal de arma, homicídio e tráfico de drogas. A polícia também apreendeu aparelhos celulares.

Segundo o delegado João Carlos de Oliveira, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão ao Narcotráfico (1ª DPRN), as investigações começaram em outubro de 2023, durante outra análise de casos por tráfico de drogas.

“Dali a gente descobriu uma transação financeira que é incompatível com essas pessoas. Então, a gente solicitou quebras fiscal e bancária dos investigados e tivemos certeza que são pessoas que não têm perfil financeiro que justificasse tantos valores elevados”, explica ele.

Os membros da quadrilha possuem, de alguma forma, segundo o delegado, algum grau de proximidade. Na época da investigação, eram companheiras, mas se diziam arrependidas e que não tinham envolvimento com eles. “Tem a mãe de um dos envolvidos, uma titular de uma pessoa jurídica. São ciclos de amizade e parentesco”, continua.

Captura em São Paulo
Com auxílio da Polícia Civil de São Paulo, uma outra pessoa foi presa. Ela tem conta com Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Na primeira, movimentava, de acordo com o delegado, o valor de R$ 1,5 milhão, e, na segunda, a quantia chegava aos R$ 4 milhões.

“Fica flagrante a lavagem de capitais, o que não se justifica tanto com o capital social da empresa quanto pela atividade desenvolvida pela pessoa jurídica e pelo perfil financeiro daquela pessoa titular”, destaca.

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