Por conta do aumento do GNV, motoristas protestam no Recife, nesta segunda (13)
Representantes do Sindmape se reuniram com o Governo em busca de soluções
Motoristas de veículos abastecidos a gás natural veicular se mobilizaram, na capital pernambucana, durante esta segunda-feira (13) contra o reajuste de 31,87% no valor do litro do GNV, realizado no fim de outubro. A manifestação terminou em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no início da noite.
Aproximadamente cem motoristas de aplicativos, taxistas, kombeiros e outras pessoas que utilizam o GNV no carro particular participaram do protesto. Por volta das 9h30 da manhã, eles saíram em carreata da Fábrica Tacaruna, na Avenida Agamenon Magalhães. Durante o trajeto, chegaram até Boa Viagem, Zona Sul do Recife, onde pararam os veículos, na Avenida Conselheiro Aguiar, para protestar em frente à sede da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).
“Financeiramente, o aumento do GNV acarretou em uma grande despesa para o motorista, entre R$ 800 a R$ 1 mil a mais, no mês. Estamos reivindicando junto ao Governo, à Copergás, que revejam esse aumento”, falou o presidente do Sindicato de Motoristas de Aplicativo de Pernambuco (Sindmape), Anderson Câmara, à reportagem.
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No meio da tarde, os motoristas se dirigiram para o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco. Por conta da manifestação, um grande engarrafamento se formou na Ponte Buarque de Macedo. No entanto, o transtorno, segundo a advogada do sindicato, Michelle Santos, teve um desfecho positivo para os manifestantes.
No palácio, eles se reuniram com o gerente da Casa Civil, Yuri Coriolano. Ficou definido que na próxima semana medidas serão tomadas em prol dos motoristas. “Foi estabelecido o prazo de uma semana para retomarmos esse debate. Para que o Governo e a Copergás apresentem, não só de forma didática, o porquê desse aumento, e também possíveis soluções para diminuir esse impacto. Sejam soluções tributárias, soluções de políticas públicas. Coisas que diminuam o impacto na vida financeira dessas pessoas que dependem do GNV”, explicou a advogada.
“Há uma vontade política do Governo em pensar em alternativas para melhorar a vida dessas pessoas, que já sofrem todos os dias com jornadas excessivas de trabalho, tendo que arcar com todo risco da atividade que exercem. Através desse momento, esperamos construir soluções para melhorar a categoria”, concluiu.
Em nota, a Copergás ressaltou "que o reajuste é uma resposta ao aumento dos custos de aquisição do gás natural, os quais são definidos pelas empresas supridoras de gás para a Copergás, tais como Petrobrás, Shell e New Fortress".
Ainda segundo a companhia, "o custo de aquisição do gás teve um acréscimo de 32,8%, em virtude do ambiente geopolítico, do preço do petróleo no mercado internacional e da taxa de câmbio. Sendo assim, o gás disponibilizado para a Copergás passou de R$ 1,63 para R$2,16".

