Sex, 26 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Notícias

Pousadas de Olinda apostam no 'day use'

Alternativa é uma forma de compensar a baixa de ocupação durante os dias de Carnaval

ALFEU TAVARES/arquivo folhaALFEU TAVARES/arquivo folha - Foto: ALFEU TAVARES/arquivo folha

Parece, mas nem tudo é festa. Embora os especialistas de mercado sugiram que a economia esteja dando sinais de recuperação, setores precisam ainda se ‘virar nos 30’ para faturar. As pousadas de Olinda adotaram uma tática que vem dando certo: o day use. A alternativa, que permite ao cliente aproveitar a estrutura da pousada por um dia inteiro, é responsável por um faturamento maior que a estadia e chega, a depender dos dias da Festa de Momo, a compensar a insistente baixa na ocupação. 

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE) projeta que a taxa de ocupação chegue a 95% em Porto de Galinhas e Fernando de Noronha e a 90% em Recife e Olinda durante os quatro dias de folia. Os números são bons dada a atual conjuntura pela qual passa o País. Mas, os hoteleiros garantem que já tiveram anos melhores.

Proprietária da Pousada dos Quatro Cantos, em Olinda, Graça Didier diz que o formato day use vem dando uma resposta mais rentável ao negócio, já que os turistas estão revendo seus gastos em função do atual quadro econômico. Essa constatação não é hipotética. É real e está nos resultados da empresa. "Enquanto a ocupação caiu 40% entre 2016 e 2017, o day use cresceu 20%", compara, destacando que o desempenho discrepante acontece mesmo a pousada praticando diárias de 2014, no valor de R$ 228.

Mesmo com essa margem, a ocupação nem chegou ainda a 100%, como em outros anos. A capacidade da pousada para hospedagem é de 40 pessoas. Durante o Carnaval, o atendimento chega a receber dez vezes esta quantidade em apenas um dia, dando margem para mais contratação de mão de obra. "Queremos, antes de tudo, aproveitar o Carnaval para aumentar nossa receita", crava Graça.

A Pousada do Amparo, também em Olinda, percebeu esse filão e resolveu não perder tempo. "Fazíamos muito isso e, em algum momento, resolvemos parar. No entanto, depois da baixa na ocupação, notamos que a proposta é economicamente viável em tempos difíceis", conta a diretora Tainah Castelo Branco. A dificuldade a qual ela se refere tem a ver com a queda no faturamento depois que o gasto com os itens supérfluos ficou em segundo plano para boa parte dos brasileiros. Sendo assim, muitos têm optado por gastar R$ 100, revertido em consumação, a arcar com pouco mais de R$ 5 mil para ficar hospedado por cinco dias na Pousada.

Já o dono da Pousada dos Milagres, Bruno da Rocha, foi além e resolveu ceder à pechincha para atrair a clientela, já que, na opinião dele, nesse tipo de festa, os visitantes preferirem economizar a ter conforto. "Com essa estratégia, todos os 12 quartos ficaram lotados e conseguimos atingir a ocupação de 100%", afirma, frisando ter ficado contente com o resultado depois de dois anos consecutivos de prejuízos. Desde 2014, a sua pousada tem tido perdas consideráveis e vem amargando queda de 40% em suas receitas. Para se ter ideia, é no Carnaval que ele recupera fatia dessa perda financeira. "Crescemos este ano 70%", explica. O empresário atribui o bom desempenho ao fato de sua estrutura ficar longe da folia olindense e de, por conta disso, poder aplicar preços diferenciados dos que estão no foco da folia. 

Veja também

Newsletter