Presidente do Equador diz estar aberto a dialogar com o México, com condições
A tensão entre México e Equador começou depois que Noboa ordenou uma operação policial na embaixada mexicana
O presidente reeleito do Equador, Daniel Noboa, afirmou, nesta quinta-feira (8), que está aberto a restabelecer as relações diplomáticas com o México, rompidas em 2024, mas com a condição de que o ex-vice-presidente correísta Jorge Glas, condenado por corrupção, não seja libertado.
"Estamos abertos, podemos conversar e podemos trabalhar juntos, desde que a condição não seja a libertação de pessoas condenadas pela lei equatoriana", disse Noboa em entrevista exclusiva à AFP em Paris, referindo-se ao então vice do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), a quem o México concedeu um asilo não reconhecido pelo Equador.
A tensão entre México e Equador começou depois que Noboa ordenou uma operação policial na embaixada mexicana para prender Jorge Glas, asilado no local.
Leia também
• Presidente do Equador diz que Israel quer 'ajudar' com inteligência na luta contra os cartéis
• Justiça espanhola aprova extradição condicional de líder de grupo criminoso do Equador
• Equador quer reproduzir megaprisão de El Salvador
A incursão para prender Glas por peculato foi condenada por dezenas de países e levou Quito a ser processada perante a Corte Internacional de Justiça.
"Querem que libertemos Glas e o enviemos para eles. E para nós isso não é possível", reiterou o presidente equatoriano.
"Além disso, também não posso interferir no sistema judiciário. Sou o Executivo", observou.
Noboa, empresário de 37 anos que se autodenomina de centro-esquerda, foi reeleito em abril presidente do Equador até 2029 após derrotar a esquerdista Luisa González no segundo turno.
O governo de Claudia Sheinbaum, no México, ainda não reconheceu a vitória de Noboa após as acusações de fraude de González, rejeitadas por observadores da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos.

