Presidente do Equador oferece indulto preventivo a policiais e militares em guerra contra o crime
Conflitos entre facções deixaram mortos no país
O presidente do Equador, Daniel Noboa, ofereceu, nesta sexta-feira (7), um "indulto" preventivo a policiais e militares mobilizados em uma problemática região do porto de Guayaquil (sudoeste), onde vários choques armados entre facções deixaram 22 mortos e três feridos na quinta-feira.
A guerra de Noboa contra o crime organizado, mobilizando há um ano os militares nas ruas, foi questionada por organizações de direitos humanos por supostos abusos, assassinatos e desaparecimentos forçados.
"Todos os policiais e militares que atuaram e vão ser enviados a Nueva Prosperina (de Guayaquil) contam desde já com indulto presidencial", disse o governante no X.
Todos los policías y militares que hayan actuado y que vayan a desplegarse en Nueva Prosperina, cuentan desde ya con indulto presidencial.
— Daniel Noboa Azin (@DanielNoboaOk) March 7, 2025
Necesitamos que actúen con determinación y sin temor a represalias.
Defiendan al país, yo los defiendo a ustedes.
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No poder desde 2023 e buscando a reeleição para um mandato completo de quatro anos, Noboa acrescentou que o governo precisa que as forças de segurança "atuem com determinação e sem temor a represálias".
"Defendam o país, eu defendo vocês", enfatizou o mandatário, que ganhou as eleições antecipadas de 2023 e que em fevereiro foi o mais votado no primeiro turno da eleição presidencial, indo ao segundo turno.
Noboa, que em 13 de abril enfrentará a esquerdista Luisa González, anunciou a proteção para policiais e militares depois de registros de violência na quinta-feira no setor de Nueva Prosperina, no noroeste de Guayaquil.
O Ministério Público confirmou nesta sexta-feira que 22 pessoas foram assassinadas em três bairros dessa área populosa. Os confrontos também deixaram três feridos.
Mas o anúncio de Noboa também acontece meses depois de um suposto caso de violação dos direitos humanos em dezembro que deixou a população em alerta, quando quatro menores foram capturados por militares em Guayaquil e seus corpos depois apareceram queimados perto de uma base da Força Aérea nos arredores desse porto.
Dezesseis militares estão sendo investigados por esse crime.

