Queridos formandos, burros e jumentos
O título do artigo é instigante. ...Instigante? É, bastante. ... pertinente? É, demais. Mas muito agressivo, sem dúvida! Foi lido durante a colação de grau do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2020 (carece de confirmação). O autor (paraninfo, provavelmente), Maurício Mühlmann Erthal?!?!). ...Muito embora, o texto, ou pelo menos parte dele, parece ter sido publicado antes por Rosalvo Reis (jornalista, conhecido professor de física em cursinhos pré-vestibulares). Como podem perceber, o texto, polêmico na sua essência, parece ter sido escrito antes (2019) e se refere ao desempenho do Brasil no Pisa e não na colação de grau do curso em questão.
Efetivamente, Independente da autoria e do momento em que foi publicado e onde, não posso me furtar, nem vocês deveriam, a dar voz a este texto que denuncia em alto e bom tom, a realidade contundente que estamos vivenciando ao longo dos anos. ...Pergunto: O texto é duro? Certamente. É muito duro, mas real. Reflete a nossa realidade, a qual já deveríamos estar acostumados.
O texto nos dá uma leitura nua e crua do que de fato está acontecendo em nossa sociedade. “Realismo puro e simples”. Lá vai: O ranking do PISA (Programme for Internacional Student Assessment) é um estudo comparativo international realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais. Infelizmente, provou que o Brasil encheu péssimas universidades com péssimos alunos formados por péssimos professores. - Refletindo a carência da formação de base, diga-se: “essencial”, dos nossos futuros universitários.
Na tabela geral do PISA (2022), o Brasil ocupa... e aí, meus caros, preparados? A 63º (sexagésima terceira) posição. Se serve de consolo, estamos acima da Argentina 65º (sexagésima quinta). Satisfeitos?
No ranking, os países mais bem avaliados, como era de se esperar, são: China, Singapura (o país é o que apresenta o maior índice de desenvolvimento humano dos países asiáticos (IDH). Estônia, Japão, Coréia do Sul, Canadá, etc. ... USA 22º (vigésima segunda) posição.
“Dando continuidade ao texto”: Na ânsia de distribuir diplomas a pessoas de baixa inteligência, nenhum talento, descomprometidas, cotistas “et cetera”, corre-se o risco de proporcionar-lhes, na realidade, grande frustração no mercado de trabalho.
Ainda: para formar profissionais especializados e mão de obra capaz, existe o ensino profissionalizante e técnico! As oportunidades que devem ser oferecidas a todos é a de uma boa formação de base onde, por meio da meritocracia, serão revelados aqueles mais capazes de ir para a Universidade e, lá, “produzirem conhecimento”. Transformar todo mundo em universitário apenas para não ferir a autoestima de alguns é algo que não faz sentido! “It doesn´t make sense”. ...Considerem que estava faltando um pouco de inglês no que concerne a minha irrisória participação no texto. ...Assim sendo: “registramos o estrangeirismo”. Perdão!
Universidade é para quem realmente tem talento, gosta de estudar e tem inteligência privilegiada. Sua prioridade é “produzir conhecimento” e não formar mão de obra. De fato, não existe motivo para que todo mundo tenha que cursar uma faculdade. Se a pessoa não tem capacidade intelectual para concluir um curso, ou não tem como real objetivo trabalhar em uma profissão relacionada, é perda de tempo que ela curse uma faculdade, sobretudo uma pública. Nesse caso, convenhamos, está perdendo o seu tempo, e mais grave: “desperdiçando recursos públicos”. -Não se trata obviamente de elitizar financeiramente a universidade, claro. Isso, jamais!... Jamais condenar os mais pobres a terem que se conformar, por mais esforçados que sejam, de que a universidade não é para eles.
Enfim, vamos em frente, citando um provérbio árabe para sua própria interpretação: “Os cães ladram e a caravana passa”.
*Médico, doutor, ex-professor da FCMPE
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