Relembre as vezes que o traficante Peixão conseguiu escapar da Polícia
Parentes de Álvaro Malaquias Santa Rosa foram abordados, na última terça-feira, viajando para a Bolívia com joias
Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do Terceiro Comando Puro no Complexo de Israel, é um dos traficantes mais procurados pela Polícia Civil do Rio. Na última terça-feira, a família dele foi abordada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) a caminho da Bolívia, o que levantou suspeitas sobre a possibilidade de ele estar foragido nesse país — os parentes foram liberados posteriormente.
Ao longo do último ano, diversas operações foram feitas nas cinco comunidades que compõem o complexo. Em uma delas, ele chegou a ordenar que traficantes atirassem em direção à Avenida Brasil para forçar uma retirada dos agentes do território. Em todas, Peixão conseguiu escapar. Relembre os casos.
Na manhã de 24 de outubro de 2024, policiais militares realizavam uma operação no Complexo de Israel, quando traficantes reagiram e dispararam contra a Avenida Brasil, que precisou ser fechada várias vezes naquele dia. Devido à situação, a cidade entrou em estágio 2 de alerta, um medidor de risco feito pela prefeitura. Três pessoas que estava na via morreram, e outras três ficaram feridas. O traficante fugiu.
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Em fevereiro deste ano, as policiais civil e militar montaram uma operação de emergência para prendê-lo após informação de que ele estava escondido em uma casa na Cidade Alta, em Cordovil, na Zona Norte. Novamente, a Avenida Brasil precisou ser fechada, e quatro pessoas foram baleadas. Foi uma das vezes que os agentes mais se aproximaram do traficante, que conseguiu escapar pelos fundos de uma residência.
Já em janeiro, o tenente-coronel Ivan Blaz, ex-porta-voz da Polícia Militar, foi a um prédio no Flamengo procurar por Peixão. Ele tinha recebido informações anônimas de que o traficante estava visitando um parente e resolveu fazer a incursão sem autorização judicial para tal. No entanto, a situação saiu do controle, e câmeras de segurança filmaram o agente imobilizando o porteiro no chão. Ele foi transferido para a Diretoria Geral de Pessoal, a "geladeira" da corporação, e virou réu pelo ocorrido.
Ida para a Bolívia
A abordagem aos parentes de Peixão ocorreu na BR-262, em Campo Grande (MS), após a PRF receber informações da Polícia Civil. Os condutores transportavam a esposa, os três filhos e um sobrinho do traficante. A polícia tinha informações de que Peixão tentaria fugir com a família e poderia estar em um dos veículos. Outra possibilidade investigada é a de que ele já estivesse fora do país, aguardando os familiares. Os detidos foram levados para a delegacia e, depois, liberados. Peixão não foi encontrado.
Numa revista nos veículos, os policiais encontraram várias joias, as quais continham inscrições fazendo referência ao foragido da justiça que é líder de uma facção criminosa, como "Mano Arão". Um grosso cordão de ouro trazia uma estrela de Davi logo acima do medalhão, com a inscrição "Israel Defense Force" e a sigla IDF. Havia ainda muitos anéis, pulseiras e relógios, inclusive da marca Michael Kors. O sobrinho de Peixão alegou ser ele o dono das joias.
A PRF informou que todos os envolvidos foram detidos por suspeita de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos, valores e promoção, constituição, financiamento ou integração, pessoalmente ou por interposta pessoa, de organização criminosa. O caso foi enviado para a Polícia Federal. Após depoimento, os parentes do Peixão foram liberados.

