Sáb, 06 de Dezembro

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Ruanda receberá até 250 migrantes expulsos pelos EUA

Washington iniciou uma controversa campanha de deportação, na qual migrantes condenados por crimes são enviados para países terceiros

O presidente dos EUA, Donald Trump, com carta endereçada ao presidente ruandês, Paul KagameO presidente dos EUA, Donald Trump, com carta endereçada ao presidente ruandês, Paul Kagame - Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

Ruanda "estabeleceu um acordo com os Estados Unidos para aceitar até 250 migrantes", confirmou nesta terça-feira (5) à AFP a porta-voz do governo, Yolande Makolo, sem revelar mais detalhes sobre os prazos, nem quem poderia ser incluído no acordo.

Washington iniciou uma controversa campanha de deportação, na qual migrantes condenados por crimes — entre eles latino-americanos — são deportados para países terceiros, incluindo o Sudão do Sul e Essuatíni.

"Ruanda estabeleceu um acordo com os Estados Unidos para aceitar até 250 migrantes. Sobretudo porque quase todas as famílias ruandesas têm sofrido as dificuldades do deslocamento e nossos valores sociais se baseiam na reintegração e na reabilitação", explicou Makolo.

A decisão de Ruanda sucede um acordo, que foi cancelado em 2024, com o Reino Unido, segundo o qual Kigali aceitava a chegada de migrantes sem documentos deportados do país europeu.

"Em virtude deste acordo, Ruanda tem a possibilidade de aprovar cada pessoa proposta para a reinstalação", acrescentou a porta-voz governamental, sem detalhar o cronograma, as nacionalidades dos indivíduos em questão ou o que o país africano receberá em troca.

Não foram divulgadas mais informações sobre o acordo com os Estados Unidos e Makolo apenas indicou que o governo ruandês "fornecerá mais detalhes quando estes forem resolvidos".

As autoridades do Sudão do Sul já receberam no mês passado um grupo de oito migrantes deportados dos Estados Unidos. Apenas um deles era originário deste país.

Em julho, cinco migrantes irregulares de países asiáticos e caribenhos também foram deportados para Essuatíni, no sul da África, depois que o governo Trump explicou que suas próprias nações se recusavam a recebê-los.

Ruanda é alvo de críticas por seu histórico acerca dos direitos humanos e, nos últimos meses, tem sido cada vez mais pressionada por seu envolvimento no conflito da República Democrática do Congo (RDC).

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