Sem fiscalização, praia vira bagunça
Falta de ordenamento e tráfico de drogas foram as principais queixas dos banhistas
O feriado da Independência levou grande concentração de pessoas para as praias do Estado, principalmente à orla do Recife. Na praia do Pina, as famílias e amigos curtiram o sol e o mar, mas denunciaram problemas no ordenamento local. A reclamação geral concentrou foco na ocupação de irregular da faixa de areia.
Segundo os banhistas, comerciantes não respeitam espaços, aglomeram as cadeiras, além de acondicionar botijões de gás na beira-mar sob o risco de explosão. A população também aponta que falta policiamento ostensivo e que isso permite que o tráfico e o uso de drogas virem rotina a qualquer hora do dia.
“Tenho que chegar aqui antes das 4h para garantir um espaço para vender, porque senão não consigo mais. Aqui é uma bagunça só. Um invade o espaço do outro para ver quem coloca mais cadeiras e lucra mais. Se a Prefeitura organizou a orla de Boa Viagem, por que não faz o mesmo no Pina?”, questionou o ambulante Valter Oliveira. De acordo com ele, não há fiscalização da Diretoria de Controle Urbano que coloque freio nos abusos da área.
“Estamos entregues às baratas”, disse outra comerciante que preferiu não ter o nome divulgado. Ela inda destacou que a insegurança no Pina tem assustado fregueses e deixa os vendedores amedrontados. “Domingo e feriado a situação piora bastante e não passa um policial sequer por aqui. Depois que a bomba explode é que lembram da gente”, completou. A secretária Tereza Ávila, 59, apontou que os trechos próximos de construções à beira-mar sempre têm consumo de drogas. “É muita fumaça de maconha. A polícia tem que fazer algo”, afirmou.
A Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (Semoc) informou que a fiscalização da orla do Pina é realizada diariamente por meio de rondas constantes. Assim como acontece em Boa Viagem, existe um cadastro dos barraqueiros e é verificado, de cada um deles, o cumprimento de regras como extensão de cada barraca e horário de desocupação da faixa de areia.
Sobre o Projeto Orla, iniciado em abril em um trecho da orla de Boa Viagem, é importante afirmar que toda a praia deve receber os equipamentos padronizados, inclusive a parte do Pina. No último mês de julho, a gestão da orla do Recife foi municipalizada. A cidade foi a primeira do Nordeste a aderir ao programa de transferência da administração de praias urbanas da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). A Prefeitura tem um edital aberto para atrair investidores privados na revitalização de toda a orla, que foi dívida em nove setores, que compreendem dez a 12 lotes cada. Em abril deste ano, uma parceria privada permitiu a adoção de equipamentos dos comerciantes (como cadeiras e guarda-sol) no trecho que fica entre as ruas Antônio Falcão e Henrique Capitulino.
Quanto às denúncias de tráfico e consumo de drogas na orla, a Polícia Militar informou que realiza policiamento ostensivo no bairro do Pina. A rondas ficam sob a responsabilidade do 19º BPM, por meio do patrulhamento permanente da Guarnição Tática. A assessoria de Imprensa da corporação acrescentou que, além das incursões do Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI), motopatrulheiros, equipes da CIPmotos e da Radiopatrulha também dão suporte à área.
A PM ressaltou que todo esse efetivo teve o reforço da Operação Verão. No entanto, após ter ciência das denúncias, o comandado da unidade se comprometeu em intensificar as rondas no local e no entorno.