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CONTEÚDO DE MARCA

Setor de jogos online movimenta até R$120 bilhões/ano e já representa quase 1% do PIB

O volume posiciona o setor como uma força econômica considerável

Foto: Unsplash

O mercado brasileiro de jogos online alcançou um novo patamar em 2025, com uma movimentação estimada entre R$100 bilhões e R$120 bilhões ao longo do ano. O volume posiciona o setor como uma força econômica considerável, representando cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Impulsionado por uma base crescente de jogadores, avanços tecnológicos e maior regulamentação, o Brasil se consolidou como o principal mercado de iGaming da América Latina, respondendo por mais da metade da receita regional. Mais do que um passatempo digital, os jogos transformaram-se em um segmento estratégico para a economia nacional.

Crescimento sustentado e perfil do jogador brasileiro
A expansão do setor de jogos online no país é refletida em números expressivos. Em 2025, foram contabilizados mais de 17,7 milhões de jogadores ativos nas plataformas regulamentadas. A maior parte desse público concentra-se na faixa etária entre 25 e 40 anos, com participação feminina em alta: mulheres já representam 28% da base, um crescimento visível em comparação aos anos anteriores.

Esse avanço também se manifesta em modalidades como apostas esportivas e jogos de cassino, que passaram a ocupar espaço significativo no mercado digital. Entre os mais procurados estão os maiores cassinos online do Brasil, plataformas que concentram grande parte da movimentação financeira do setor e oferecem múltiplas opções de entretenimento, de roletas digitais a slots progressivos.

Os hábitos dos jogadores acompanham a digitalização: mais de 70% das apostas ocorrem em dispositivos móveis, principalmente smartphones, indicando uma tendência clara de mobilidade e conveniência. Já nas transações financeiras, o uso do Pix representa mais de 60% das operações, confirmando o domínio dessa ferramenta como principal meio de pagamento no segmento.

Arrecadação tributária quebra recordes
Com a legalização parcial e a regulamentação gradativa do setor nos últimos anos, a esfera tributária também passou a se beneficiar diretamente do crescimento acelerado. Apenas no primeiro semestre de 2025, o governo arrecadou R$4,7 bilhões em impostos provenientes de operações realizadas nas plataformas autorizadas. O valor supera previsões do próprio Ministério da Fazenda e impulsiona debates em torno da atualização do marco regulatório.

A principal fonte de arrecadação provém de tributos específicos sobre o volume movimentado pelas empresas operadoras, além de taxas incidentes sobre os prêmios pagos aos jogadores. As contribuições também incluem obrigações acessórias, como certificados de conformidade tecnológica e garantias financeiras contra inadimplência, o que oferece maior segurança ao sistema.

A expectativa é de que, com a consolidação do novo regime regulatório previsto para os próximos trimestres, as cifras tributárias sejam ainda mais significativas. Projeções conservadoras indicam que, ao final do ano, o setor poderá responder por R$10 bilhões em receitas públicas diretas.

Brasil lidera mercado latino-americano com folga
Na América Latina, o Brasil é hoje o epicentro do iGaming. Segundo projeções setoriais, o país responde por 57% de toda a receita gerada na região, resultado da combinação entre tamanho do mercado consumidor, maturação digital e estabilidade regulatória incipiente.

O contexto latinoamericano, no entanto, ainda apresenta grandes disparidades: enquanto o Brasil avança com legislação específica e fiscalização crescente, outros mercados vizinhos operam majoritariamente em zonas cinzentas, com pouca ou nenhuma regulamentação. Essa discrepância reforça o papel de liderança do país e atrai operadoras internacionais interessadas em licenciamento formal e estabilidade jurídica.

O segmento também se beneficia da escala demográfica e da rápida penetração digital no Brasil. Com mais de 150 milhões de brasileiros conectados à internet, o ambiente digital torna-se amplo e fértil para empresas que operam neste campo, seja por meio de apostas pontuais, eventos ao vivo ou jogos de cassino interativos.

Fiscalização e combate a plataformas irregulares
Apesar do avanço nas plataformas regulamentadas, o setor ainda enfrenta um desafio estrutural: a existência de operadores irregulares. Estima-se que uma parcela significativa da movimentação total ainda se concentre fora do alcance da legislação, representando riscos tanto para o consumidor quanto para a arrecadação pública.

Nos últimos meses, uma força-tarefa composta por órgãos federais e entidades reguladoras intensificou a atuação contra plataformas que não cumprem os requisitos de licenciamento. Centenas de domínios já foram retirados do ar desde janeiro, e novas medidas estão em discussão para ampliar o alcance do monitoramento, incluindo exigência de sede fiscal em território nacional e reforço nas tecnologias de rastreamento.

Um dos principais objetivos do novo marco regulatório é justamente criar um ecossistema seguro, transparente e economicamente viável. Com regras claras, espera-se diminuir a atuação de operadores clandestinos, aumentar a arrecadação e promover maior equidade concorrencial entre empresas nacionais e estrangeiras.

O papel da tecnologia e as tendências para os próximos anos
A inovação tecnológica desempenha papel central na expansão e na sofisticação do setor de jogos online. Ferramentas de inteligência artificial, algoritmos de personalização de interface e integração com redes sociais formam o tripé da nova geração de plataformas, mais dinâmicas e ajustadas ao perfil de consumo local.

Os sistemas de pagamento também evoluíram. Além do Pix, já são testadas soluções em blockchain e carteiras digitais exclusivas para esse mercado, que prometem acelerar transações e reforçar a proteção de dados.

Entre as tendências, analistas observam o crescimento de modalidades híbridas, que mesclam apostas com experiências imersivas, como transmissões ao vivo com dealers reais ou ambientes de realidade aumentada. Essas inovações não apenas atraem novos perfis de jogadores, como ajudam a reter o público existente, ampliando o tempo de permanência nas plataformas.

Com a convergência entre tecnologia, regulamentação e comportamento de consumo, o setor de jogos online no Brasil tende a seguir em crescimento acelerado nos próximos anos. Se mantiver a trajetória atual, o país pode ultrapassar a marca de R$150 bilhões em movimentações anuais até 2027, consolidando sua posição entre os maiores mercados globais da categoria.

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