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Sheinbaum descarta "guerra tarifária" com EUA após conversa com Trump

Sheinbaum disse que foi discutido "o fundamento pelo qual ele [Trump] propôs aumentar as tarifas"

A presidente do México, Claudia SheinbaumA presidente do México, Claudia Sheinbaum - Foto: Rodrigo Oropeza / AFP

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, descartou, nesta quinta-feira (28), uma "guerra tarifária" com os Estados Unidos, após a conversa que manteve com o presidente eleito do país vizinho, Donald Trump, depois de o republicano ter ameaçado impor tarifas sobre as importações mexicanas.

"Não vai haver [uma] potencial guerra tarifária" com os Estados Unidos, afirmou Sheinbaum, garantindo que, durante a ligação, ambos discutiram temas como migração e tráfico de drogas, que são preocupações de Trump.

O futuro presidente americano ameaçou, na última segunda-feira, impor tarifas aduaneiras de 25% sobre todas as mercadorias que o México exporta para os Estados Unidos, caso o governo de Sheinbaum não interrompa o fluxo de migrantes irregulares e o tráfico de drogas na fronteira.

A advertência também incluiu o Canadá, terceiro parceiro do acordo de livre-comércio da América do Norte, T-MEC.

Sheinbaum disse que foi discutido "o fundamento pelo qual ele [Trump] propôs aumentar as tarifas". "O importante era atender à medida que ele adotou", insistiu.

Nesse sentido, a mandatária considerou que o diálogo com Trump já não gira mais em torno de uma ameaça.

"Não falamos então sobre as tarifas, isso já não foi colocado dessa maneira", disse Sheinbaum em sua habitual coletiva de imprensa matinal.

A presidente mexicana acrescentou que haverá "outras conversas" entre seu governo e a equipe de Trump até a posse do republicano em 20 de janeiro.

Migração 
A conversa telefônica, ocorrida na tarde de quarta-feira, gerou confusão devido às versões contraditórias que ambos os líderes apresentaram sobre a questão da migração irregular.

Segundo uma mensagem de Trump publicada em sua rede, Truth Social, a mandatária mexicana "concordou em conter a migração através do México para os Estados Unidos, efetivamente fechando a fronteira sul".

Pouco depois, Sheinbaum desmentiu essa afirmação em uma mensagem no X. Ela explicou a Trump "a estratégia integral que o México tem seguido para lidar com o fenômeno migratório [...] Reiteramos que a postura do México não é fechar as fronteiras", destacou.

Nesta quinta-feira, a presidente deu o assunto por encerrado perante a imprensa.

"Posso garantir a vocês, dou a certeza de que nunca, jamais - seríamos incapazes -, cogitaríamos fechar a fronteira ao norte [...] Claro que não estamos de acordo com isso", reiterou.

Sheinbaum enviou, na terça-feira, uma carta ao magnata alertando-o de que a migração e o consumo de drogas não serão resolvidos "com ameaças" e que, se os Estados Unidos impuserem tarifas, o México adotará uma medida similar.

Preocupação com fentanil 
Trump também expressou sua preocupação com a crise do consumo de fentanil que atinge os Estados Unidos, conforme relatado por Sheinbaum, e perguntou se o México enfrentava um problema semelhante.

A mandatária respondeu que o consumo dessa droga é "muito baixo" no México, o que levou o magnata a querer saber as razões. Sheinbaum argumentou que isso se devia ao cuidado que as famílias mexicanas dedicam a seus membros e a uma ampla campanha de comunicação e prevenção implementada pelo governo anterior.

"Ele se interessou muito [...], pediu que lhe enviássemos o que foi feito na administração passada, e o chanceler enviou no próprio dia de ontem [quarta-feira] à sua equipe [de Trump]", relatou a presidente.

Em sua carta de terça-feira, Sheinbaum atribuiu a "epidemia" de fentanil nos Estados Unidos a "um problema de consumo e de saúde pública".

Trump, por sua vez, atribui as dezenas de milhares de mortes por overdose deste opioide sintético em seu país aos cartéis de drogas mexicanos.

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