Sherlock desvenda o romance do capitão e o bode rouco
Dedico este artigo ao meu colega o escritor inglês Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes
MONTANHAS DA JAQUEIRA - Perguntei ao detetive Sherlock Holmes, meu perdigueiro de estimação, quem seria o maior cabo eleitoral do bode rouco. Ele me respondeu: “Elementar, meu caro Watson Adalbertovsky (este é meu codinome de agente secreto internacional). Desde o início o capitão sempre trabalhou para desestabilizar o governo e beijar as barbas do bode rouco por baixo dos panos. Taí o desmonte da operação LavaJato, de interesse dos dois, que não me deixa mentir.
Dizei-me, perdigueiro Sherlock, o capitão de fandango seria um agente da caterva vermelha infiltrado na seita do gado para implodir o governo? Tudo indica que sim. O capitão é adiado da teoria da casca de banana e quando avista uma delas ele declara, sem medo de ser infeliz: lá vou eu escorregar de novo. O que seria do capitão se não fosse o bode rouco? O que seria do bode rouco se não fosse o capitão? Perguntou-me Sherlock a bordo do seu cachimbo.
No passado recente, feito um chuchu em forma de gente o Alkimista apontava transações tenebrosas do guru da seita vermelha. Os devotos da mortadela acusavam a turma do chuchu de ter mega faturado as obras do metrô de São Paulo. Hoje em ritmo de metamorfose, o Alkimista transforma corrupção em virtudes e os chuchus se transformam em palatáveis. Chuchus e mortadelas são animais da mesma raça. Amam e mamam no mesmo cocho.
O jornalista José Nêumanne Pinto, editorialista de O Estado de S. Paulo, amigo desde os tempos colegiais em Campina Grande, preconiza que “Bolsonaro vai eleger Lula no primeiro turno”. (“Direto ao Assunto, Youtube, 17.12.2001). Nêumanne lembrou que a banda musical do sanfoneiro GêMêNê usa o nome de uma doença, a brucelose, que infelicita os rebanhos e desafia a comunidade científica. Também associou-se ao protesto dos netos de Luís Gonzaga - André, Nanã e Pera Amoro - contra usar o nome do rei do baião para promover o governo Bolsonaro.
Desde o início da pandemia o mito dos bovinos montou num cavalo de batalha para ser contra as vacinas e ofereceu um mote de mão beijada para ser chamado de genocida. Recusar o uso de máscara também foi de caso pensado para dar munição à turma do cordão encarnado.
As duas seitas se uniram para aprovar as emendas de relator, apelidas de “Orçamento Secreto”, uma bagatela de 16,5 bilhões de denários. E mais, com o fundão eleitoral, de 4.93 bilhões, vão se lambuzar com a dinheirama. Uma mão lava a outra, uma mão suja a outra. As duas mundiças se merecem.
*Jornalista
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