Síndrome do encarceramento: Fisiculturista perde capacidade de andar, falar e comer após diagnóstico
Neurologistas descrevem condição como em que pacientes são plenamente conscientes, podendo ver e escutar, mas perderam capacidade de movimento voluntário
Um ex-fisiculturista criticou o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) pela demora em dar ele o diagnóstico de "síndrome do encarceramento" (locked-in syndrome, ou LIS em inglês) — transtorno neurológico caracterizado pela paralisia completa dos músculos. Tony McCue, que tem 63 anos, percebeu os primeiros sintomas em meados de 2023, porém, esperaria ainda um ano para receber um diagnóstico preciso.
No início, McCue começou a sofrer quedas frequentes e deixava muitas coisas caírem ao chão. A confirmação era de que ele sofria da doença do neurônio motor (MND, na sigla em inglês), condição progressiva que afeta o cérebro e os nervos, privando os pacientes da capacidade de se mover, comer e até mesmo respirar, segundo o Daily Mail.
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Neurologistas descrevem essa condição como uma em que pacientes são plenamente conscientes, podendo ver e escutar, mas perderam toda a capacidade de movimento voluntário, por isso não conseguem se comunicar.
Em pouco mais de um ano após o diagnóstico, McCue perdeu a capacidade de cuidar de si mesmo, falar e comer, além de resultar em uma perda significativa de massa muscular: 22kg.
"Ele é uma pessoa de força de vontade, sempre foi muito forte fisicamente também, ele fez fisiculturismo ao longo dos anos, então você pode imaginar a diferença", disse Karen, mulher de McCue.
A doença, segundo o Daily Mail, atinge cerca de cinco mil adultos somente no Reino Unido, além do risco de outros 300 desenvolverem a condição ao longo da vida. A condição afeta principalmente pessoas que têm entre 60 e 70 anos, mas também pode afetar adultos de todas as idades.
Ainda segundo a publicação, os primeiros sintomas podem ser fraqueza no tornozelo ou na perna (resultando em dificuldade para se subir escadas, por exemplo), fala arrastada, dificuldade para engolir e consequente perda gradual de peso. Mesmo sem ser possível ainda esclarecer o que desencadeia a DNM, especialistas apontam que ter um parente próximo com a doença ou com demência frontotemporal pode aumentar a probabilidade de desenvolver a doença.

