Suspeito de atropelar dois homens durante protesto do MST será acusado por tentativa de homicídio
Condutor também responderá por omissão de socorro
O suspeito de atropelar dois homens durante um protesto do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no último dia 15 de abril, na Marcha da Reforma Agrária que aconteceu no Recife, responderá pelos crimes de tentativa de homicídio e omissão de socorro. Ele segue preso preventivamente desde a última terça-feira (22).
A informação foi confirmada em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (23), na sede da Polícia Civil (PCPE), na área central do Recife. O delegado titular da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH), Diego Jardim, detalhou o caso.
"Ele [o suspeito] vai ser acusado por tentativa de homicídio e omissão de socorro, por enquanto, mas toda essa análise ainda será feita ao final do inquérito policial. As penas podem variar de 10 a 20 anos", explicou o delegado.
Diego Jardim, delegado titular da 4ª DPH | Foto: Arthur Botelho/Folha de PernambucoAinda segundo as investigações, o delegado explicou como o suspeito foi encontrado e esclareceu que o carro que ele estava dirigindo estava no nome de outra pessoa, que reside em Campina Grande, na Paraíba.
"A gente recebeu a ocorrência que, durante um movimento agrário, uma passeata pacífica, existiu o atropelamento de duas pessoas. E então eles nos trouxeram a placa do carro, que eles tiraram a foto na rua. Com isso, conseguimos identificar o motorista, que vendeu esse veículo para o suspeito. Fomos na casa dele, conseguimos apreender o veículo que atropelou as vítimas e depois pedimos ao judiciário pela prisão preventiva", explicou.
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Motivações
Ainda segundo as investigações, o delegado deu mais detalhes sobre como aconteceu o ocorrido:
"Nós coseguimos apurar que estava tendo um movimento pacífico, onde as faixas estavam interrompidas, e esse indivíduo preso no dia de ontem tentou passar pelo acostamento e foi impedido pelos manifestantes. E em um movimento descabido, ele acelerou e atropelou duas pessoas".
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito confessou o crime, mas afirmou ter agido em legítima defesa
"Ele confessa que foi o autor do atropelamento, mas diz que agiu em legítima defesa. Falou que as pessoas impediram ele de passar, que estavam com balote e começaram a bater no carro, e o avô começou a passar mal, e então decidiu acelerar e tentar passar por onde dava. Segundo ele, ele não percebeu que uma pessoa foi atropelada", afirmou.
Questionado sobre uma possível motivação política, o delegado explicou que ainda não existe comprovação suficiente para incriminá-lo por isso.
"Não conseguimos comprovar nenhuma relação de intolerância político-partidária ou contra o movimento agrário. O que percebemos foi uma atitude impulsiva, impensada e absurda que gerou toda essa tragédia", detalhou.
Segundo as investigações, o motorista estava com mais três idosos no carro e estava se dirigindo a uma consulta médica.

