Trump visita Fed em meio a críticas ao chefe do banco central
Presidência não especificou o objetivo da visita nem mencionou um possível encontro com Powell
O presidente Donald Trump visitou, nesta quinta-feira (24), a sede do Federal Reserve (Fed), o poderoso banco central dos Estados Unidos dirigido por Jerome Powell, a quem ele chama de "idiota" por resistir à redução das taxas de juros.
O republicano, 79, inspecionou as obras de reforma da sede imponente do banco, em Washington. Powell questionou a cifra de US$ 3,1 bilhões sobre o custo da obra antecipada pelo presidente americano, em vez dos US$ 2,7 bilhões previstos.
"'Não estou a par"
"Não estou a par", disse. Ele examinou um papel que Trump mostrou diante dos jornalistas, mas disse que o presidente acrescentou em sua estimativa "um terceiro edifício".
“É um prédio que está em construção”, disse Trump. "Não, foi construído há cinco anos", respondeu Powell. “Gostaria que ele reduzisse a taxa de juros”, insistiu o presidente americano.
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Posteriormente, Trump disse em entrevista coletiva estar composto de que Powell "fará o correto". A próxima reunião do Fed sobre os juros ocorrerá nos próximos dias 29 e 30.
O presidente negou que o encontro tenha sido tenso e afirmou que não pressionou pela renúncia de Powell. Trump sugeriu recentemente que as obras podem ter sido alvo de “fraude”, o que alimentou as especulações sobre uma possível demissão do presidente do Fed.
Os ataques verbais de Trump a Powell, cujo mandato termina em maio de 2026, têm sido constantes.
“Ele sempre chega tarde, deveria ter pago os juros várias vezes”, lamentou Trump, por exemplo, na última terça-feira. “As pessoas não conseguem comprar casas porque esse cara é um idiota. Ele mantém os juros muito altos, sem dúvida por razões políticas”, acrescentou.
O Fed manteve os juros reforçados neste ano e descartou as reduções em meio a um cenário incerto, agravado pela ofensiva tarifária global promovida por Trump, que pode elevar os preços.
Em comparação, o Banco Central Europeu (BCE) tem reduzido progressivamente os juros, de 4% em junho de 2024 para os atuais 2%.
Trump ameaçou demitir Powell, mas nos últimos tempos essa medida foi convidativa. Uma missão desse tipo seria inédita e, para ser realizada, seria necessário comprovar a existência de faltas graves ou má conduta por parte de Powell, de 72 anos.
A missão do Fed, cujas decisões têm impacto nos mercados financeiros globais, é controlar a inflação e garantir boas condições de emprego nos Estados Unidos. A instituição e seu presidente gozam, na teoria, de um status que os protege de políticas de pressão.
No entanto, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciou na última segunda-feira que será realizada uma auditoria na instituição.

