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caso Epstein

Últimos documentos do caso Epstein reacendem escrutínio sobre ex-príncipe britânico Andrew

A correspondência data de 2001 e 2002 e foi enviada a partir de uma conta que usava o apelido "O Homem Invisível" e assinava como "A".

O príncipe Andrew, duque de York, reconheceu anteriormente sua amizade com Maxwell e Epstein, mas negou todas as acusações de irregularidades.O príncipe Andrew, duque de York, reconheceu anteriormente sua amizade com Maxwell e Epstein, mas negou todas as acusações de irregularidades. - Foto: Adrian Dennis / AFP

Um homem que parece ser o ex-príncipe britânico Andrew conversou, no início dos anos 2000, com Ghislaine Maxwell, cúmplice do falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein, sobre a organização de encontros com "amigos inadequados", segundo documentos divulgados por Washington.

Os e-mails estão entre as quase 30 mil páginas divulgadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e adicionam novos detalhes à longa controvérsia em torno dos vínculos do irmão do rei Charles III com Epstein e Maxwell.

A correspondência data de 2001 e 2002 e foi enviada a partir de uma conta que usava o apelido "O Homem Invisível" e assinava como "A".

Em uma mensagem de agosto de 2001, o remetente diz que se encontra em Balmoral, a residência de verão da família real britânica na Escócia, e pergunta a Maxwell: "Você encontrou para mim alguns novos amigos inadequados?".

Andrew reconheceu anteriormente sua amizade com Maxwell e Epstein, mas negou todas as acusações de irregularidades.

Maxwell responde pedindo desculpas por ter encontrado apenas amigos "adequados", o que provoca uma resposta lacônica de "A": "Desolado!"

Em outra sequência de e-mails, Maxwell encaminha uma mensagem sobre uma proposta de viagem ao Peru que inclui planos para apresentar "Andrew" a acompanhantes descritos como "amigáveis e discretos".

Maxwell, que cumpre uma pena de 20 anos de prisão por tráfico sexual, sugere ao conhecido que organize algumas "visitas turísticas com companhia".

Os arquivos destacados pela mídia também revelam tensões entre Andrew e os promotores americanos.

As autoridades dos Estados Unidos tentaram interrogar o ex-príncipe sobre o caso Epstein, cuja morte na prisão em 2019 foi declarada suicídio, embora o membro da realeza não fosse um alvo criminal.

Andrew chegou a um acordo em 2022 em um processo civil nos Estados Unidos movido por Virginia Giuffre, que alegava ter sido vítima de tráfico de pessoas por Epstein e ter sido obrigada a manter relações sexuais com o príncipe quando era adolescente.

Giuffre suicidou-se em abril, e as repercussões da publicação póstuma de suas memórias seis meses depois levaram Andrew a ser destituído de seus títulos reais.

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