VPPB: doença é responsável por tonturas, mas ajuda médica pode solucionar problema
A Vertigem Posicional Paroxística Benigna, conhecida pela sigla VPPB (CID: 10 H81.1) é responsável segundo diversos estudos, como a principal causa das vestibulopatias periféricas recorrentes, responde por 25% de todos os casos de tonturas de origem vestibular. A VPPB tem sua prevalência aumentada a partir da sexta década de vida, atingindo uma faixa etária bastante vulnerável, onde os sintomas de tontura podem levar a conseqüências drásticas. Sabe-se que a mesma está associada a uma incidência crescente de quedas, depressão e perda de qualidade de vida.
Apesar de sua alta prevalência e da gravidade dos seus sintomas e comorbidades associadas, a VPPB é uma doença cuja fisiopatologia já é bastante conhecida (a presença de otocônias flutuando na endolinfa dos canais semicirculares do labirinto ou aderidas a cúpula dos canais). Esse grande entendimento sobre a doença permitiu a elaboração de um diagnóstico acessível no próprio consultório via manobras diagnósticas (Dix-Hallpike e Paginni-Mcclure).
Além do diagnóstico imediato no consultório, o conhecimento avançado da sua fisiopatologia permite ao médico treinado um tratamento também no consultório com manobras de reposicionamento das otocônias (Manobra de Epley e Semont principalmente). Essas manobras são os único tratamento para a VPPB, já que nenhuma outra modalidade como o tratamento via medicamentos e cirurgia é eficaz, conforme já bem documentado na literatura médica.
As manobras de reposicionamento supracitadas possuem também uma alta taxa de cura, chegando a 80% dos casos com a realização de duas manobras em uma sessão única, reposicionado as otocônias para a região do Utrículo no Labirinto. Essa alta eficácia permite a resolução completa dos sintomas nessa única sessão com duas manobras, restando uma minoria de casos que demandam mais de uma sessão para a sua resolução e evitando todas as comorbidades associadas como quedas, depressão e perda de qualidade de vida.
*Otorrinolaringologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE)
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