Acordo com PP aproxima União de Tarcísio e fortalece candidatura de Derrite em São Paulo
Comando da federação no estado fica com aliado do secretário de Segurança Pública
A federação entre o Progressistas e o União Brasil, anunciada oficialmente nesta terça-feira (29), fortalece a candidatura do secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, em São Paulo — tanto para concorrer a uma vaga no Senado como para governador. Ele está de malas prontas para deixar o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro rumo ao Progressistas, como forma de facilitar a articulação política e a distribuição de vagas entre os partidos da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Apesar de o União contar com uma bancada federal maior de deputados paulistas, na ordem de seis contra um, e também na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), de oito contra três, o comando da federação em São Paulo ficará com o deputado Maurício Neves, presidente estadual do PP e um dos principais aliados de Derrite. A filiação do secretário bolsonarista está marcada para 8 de maio, em um grande evento no centro de eventos no bairro Vila Olímpia, em vez da sede estadual do partido.
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O União Brasil é liderado, em nível estadual, pelo deputado federal Alexandre Leite, um dos filhos do ex-vereador Milton Leite, figura influente na capital paulista e um dos principais aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB) quando era presidente da Câmara Municipal. O prefeito já manifestou a intenção de suceder Tarcísio. Na Alesp, o partido mantém o discurso de que atua de modo independente, apesar de compor com o governo em todos os seus projetos.
O movimento é uma tentativa de Derrite se posicionar para a disputa ao Senado, que terá duas vagas abertas em 2026, ou mesmo ao governo do estado, caso Tarcísio de Freitas opte pela corrida à presidência da República. O governador tem dito publicamente que prefere disputar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, mas nos bastidores não descarta a possibilidade caso Bolsonaro, inelegível até 2030, desista de tentar levar adiante a sua candidatura.
Neves avalia que a entrada de Derrite no partido facilita a construção da chapa em São Paulo, que deve contar com uma coligação ampla envolvendo siglas como Republicanos, PL e PSD. A intenção inicial é que o grupo abra caminho para que ele dispute o Senado ao lado de Eduardo Bolsonaro (PL). Mas, em uma eventual candidatura de Tarcísio a presidente, Derrite poderia ser o sucessor na vaga, para o qual tem procurado mostrar um perfil de mais gestão e diálogo, avalia o dirigente.
O PP mantém o otimismo mesmo com pesquisa Datafolha, divulgada no dia 10 de abril, mostrando que Derrite marca entre 3 e 4 pontos a depender do cenário ao governo, mesmo com a ausência de Tarcísio entre os nomes testados. Ele aparece atrás, por exemplo, do prefeito Ricardo Nunes, que passou a rivalizar recentemente com o secretário na área de segurança pública por meio do programa de monitoramento por câmeras de reconhecimento facial "Smart Sampa" e do policiamento ostensivo da Guarda Civil Municipal (GCM). No caso do Senado, outro levantamento, do Instituto Ideia, no dia 18, apresentou cenário embolado, mas com Eduardo e Derrite numericamente à frente.

