Ter, 23 de Dezembro

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Telmário Mota

Acusado de mandar matar ex-mulher, ex-senador deixa a prisão após um ano

Telmário Mota foi condenado a oito anos e dois meses de reclusão por importunação sexual contra a própria filha; ele seguirá em regime domiciliar, após alegar problemas de saúde

Ex-senador por Roraima Telmário Mota deixou a cadeia na quinta-feira (17)Ex-senador por Roraima Telmário Mota deixou a cadeia na quinta-feira (17) - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Preso desde outubro de 2023, o ex-senador por Roraima Telmário Mota deixou a cadeia na quinta-feira (17), após obter autorização judicial para cumprir pena em prisão domiciliar. Ele foi condenado a oito anos e dois meses de reclusão por importunação sexual contra a própria filha e é investigado por suspeita de mandar matar a ex-mulher. A decisão foi tomada por motivos de saúde.

Segundo o pedido de habeas corpus apresentado por seu advogado, Diego Barros, Telmário apresenta diversas comorbidades, como hipertensão, artrose, hiperplexia e cálculos biliares. A defesa também alegou que o ex-parlamentar sofre de depressão com tendências suicidas e necessita de acompanhamento psiquiátrico. O desembargador Ricardo Oliveira acatou o pedido.

Em outubro de 2023, Telmário foi acusado de ser o mandante do assassinato de Antônia Araújo de Sousa, mãe de sua filha, que à época era menor de idade e tinha o acusado de estupro. Na ocasião do crime, ele estava proibido de se aproximar de ambas por força de medida protetiva. Posteriormente, ele foi condenado por importunação sexual contra a filha que tinha com Antônia.

De acordo com as investigações, o ex-senador teria monitorado a rotina de Antônia e da filha por meio de sua assessora, Cleidiane Gomes da Costa. O crime ocorreu no dia 29 de setembro de 2023, três dias antes de Antônia depor como testemunha no caso que envolve a filha do casal. Ela foi morta com um tiro na cabeça.

Em entrevista ao GLOBO, o delegado responsável pelo caso, João Evangelista, afirmou não ter dúvidas sobre a participação de Telmário no crime:

— O que salta aos olhos é que as informações que fomos coletando se confirmaram durante as buscas. Telmário ainda não foi interrogado formalmente, mas contra fatos não há argumentos: a materialidade e a autoria estão muito bem esclarecidas. Ainda falta muita coisa a ser incluída nos autos. Com certeza, ele planejou o crime. Está cristalino que ele está por trás do assassinato. Como réu no processo de estupro, era o mais interessado na morte da mãe da vítima — afirmou o delegado no final de 2023.

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