Sáb, 06 de Dezembro

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Anderson Torres pede perícia em 'minuta do golpe' e acareação com ex-comandante do Exército

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro quer saber a origem de documento encontrado na casa dele

Anderson Torres com o advogado dele no STF, durante interrogatórioAnderson Torres com o advogado dele no STF, durante interrogatório - Foto: Ton Molina/STF

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres pediu nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja realizada uma perícia na chamada "minuta do golpe" encontrada na casa dele em 2023 e solicitou a realização de uma acareação entre ele e o ex-comandante do Exército general Freire Gomes.


Réu no chamado "núcleo crucial" da trama golpista, Torres quer que o ministro Alexandre de Moraes autorize uma perícia com o intuito de demonstrar que o conteúdo da minuta encontrada na casa dele "não tem qualquer semelhança com os demais documentos supostamente antidemocráticos" citados no curso da investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado.


A defesa do ex-ministro encaminhou, ao todo, quatro pedidos de diligências a Moraes — que abriu prazo para que essas solicitações fossem feitas na última terça-feira.


Outra diligência solicitada por Torres é uma acareação entre ele e o ex-comandante do Exército Freire Gomes, que prestou depoimento como testemunha da acusação. Os advogados do ex-ministro afirmam que o testemunho do general, no ponto que trata da participação dele em supostas reuniões cujas pautas seriam antidemocráticas, não corresponde à verdade.


"A vagueza do depoimento prestado por FREIRE GOMES salta aos olhos. Deveras, a testemunha não se recorda de data, horário, local ou nome dos participantes da suposta reunião na qual ANDERSON TORRES assessorou o ex-presidente, nem, tampouco, em que contexto ela ocorreu ou o papel desempenhado por ele, a caracterizar hialina violação aos princípios da ampla defesa, do contraditório e da dialeticidade", dizem os advogados.


Agora, caberá a Moraes avaliar os pedidos de diligências e decidir se autoriza, ou não, a realização dessas novas medidas.


Após o fim do interrogatório dos réus, na semana passada, foi aberto o prazo para as partes apresentarem pedidos de novas diligências, ou seja, medidas adicionais que podem ser tomadas para auxiliar no julgamento da ação penal. Além de Torres, já apresentaram pedidos o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.

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