Sex, 26 de Dezembro

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INTERNADO

Após cirurgia, Bolsonaro passa bem a noite e tem dor controlada com analgésicos, diz médico

Ex-presidente foi submetido a um procedimento para corrigir hérnia inguinal bilateral

 Ex-presidente Jair Bolsonaro segue internado após procedimento para correção de uma hérnia Ex-presidente Jair Bolsonaro segue internado após procedimento para correção de uma hérnia - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro passou bem durante a noite após a cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral realizada nesta quinta-feira, dia de Natal, no hospital DF Star, em Brasília.

Segundo o cirurgião-geral Cláudio Birolini, o quadro clínico no pós-operatório imediato é estável, com dor controlada por analgésicos e episódios de soluços, que seguem sob observação da equipe médica.

"Passou bem, teve um pouco de soluços, dor controlada com analgésicos", afirmou Birolini ao GLOBO.

A cirurgia teve início por volta das 9h15 e foi concluída pouco antes das 13h, com duração aproximada de três horas e meia.

De acordo com os médicos, o procedimento transcorreu sem intercorrências e ocorreu conforme o previsto. A intervenção foi realizada sob anestesia geral.

Apesar de classificada como eletiva, a cirurgia foi indicada para evitar o agravamento do quadro e possíveis complicações clínicas.
 



No caso da hérnia inguinal bilateral, o problema se manifesta nos dois lados da virilha e pode evoluir com dor persistente. Após o procedimento, Bolsonaro foi encaminhado diretamente ao quarto, sem necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), permanecendo acordado e comunicativo.

O pós-operatório inclui controle rigoroso da dor com uso de analgésicos, fisioterapia para mobilização precoce e medidas voltadas à prevenção de complicações, como trombose venosa profunda e problemas respiratórios.

A expectativa da equipe é de que Bolsonaro permaneça internado entre cinco e sete dias, a depender da evolução clínica.

Recuperacão
Segundo a equipe, a fisioterapia pode ser iniciada nas próximas horas, com foco na mobilização precoce, considerada fundamental para reduzir riscos associados à imobilidade prolongada no período pós-cirúrgico. O acompanhamento clínico é contínuo, com avaliações diárias da resposta ao tratamento.

Além da recuperação da cirurgia, os médicos seguem atentos às crises de soluços persistentes apresentadas por Bolsonaro nos últimos meses.

O sintoma é tratado como uma preocupação recorrente tanto da equipe médica quanto do próprio ex-presidente. Inicialmente, chegou a ser considerada a realização imediata de um bloqueio anestésico do nervo frênico, responsável por estimular o diafragma, músculo essencial para a respiração.

Após observação clínica direta, no entanto, a equipe optou por uma conduta mais conservadora neste momento.

A estratégia inclui intensificação do tratamento medicamentoso, ajustes na dieta e acompanhamento da resposta clínica ao longo dos próximos dias. A necessidade de um eventual procedimento adicional será reavaliada conforme a evolução do quadro.

Os médicos esclarecem que os soluços podem estar relacionados a alterações no sistema digestivo e que, até o momento, não há indicação de complicação neurológica associada ao sintoma. Exames complementares poderão ser realizados durante a internação.

Bolsonaro foi internado na quarta-feira para exames e preparo pré-operatório antes da cirurgia. A hospitalização foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após perícia da Polícia Federal apontar a necessidade da intervenção médica.

Segundo o ministro, a autorização para a internação não interfere na execução da pena imposta ao ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Durante a internação, Bolsonaro está acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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