Braga Netto usou celular pré-pago e mandou SMS para Bolsonaro, diz PF
Conforme a polícia, as provas indicam que os dois descumpriram "as medidas cautelares de proibição de manter contato durante a investigação"
A Polícia Federal identificou que, em fevereiro de 2024, o general Braga Netto entrou em contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro por meio de SMS, o serviço de mensagens de texto. Os dois são réus por tentativa de golpe de Estado e já havia uma proibição de que mantivessem qualquer contato.
"Estou com este numero pre pago para qualquer emergência. Não tem zap. Somente face time. Abs Braga Netto", escreveu o ex-ministro.
A mensagem consta no relatório da polícia que indiciou o ex-presidente e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação no curso do processo e abolição violenta ao Estado Democrático de Direito. Conforme a polícia, os dois atuaram para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em meio ao julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado com o objetivo de livrá-lo.
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A mensagem foi enviada dois dias depois de ambos terem sido alvo de uma operação da PF no âmbito do inquérito que apurou uma tentativa de golpe de Estado. Na data, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, proibiu qualquer contato entre os investigados.
Conforme a polícia, as provas indicam que Bolsonaro e Braga Betto descumpriram "as medidas cautelares de proibição de manter contato durante a investigação".
A PF destacou, ainda, que na operação de fevereiro de 2024, o general teve seu celular apreendido, "o que justificaria a mudança de número do aparelho".
"Em consulta a sistemas disponíveis foi possível verificar que o telefone (...) (remetente do SMS) está associado a uma chave pix em nome de WALTER SOUZA BRAGA NETTO desde 11 de março de 2024", informou a PF.

