Caiado afirma que operação da PF contra Bolsonaro foi um "excesso"
Governador contestou a instalação de tornozeleira eletrônic
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) classificou como um "excesso" a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Nessa terça-feira, Caiado contestou a instalação de tornozeleira eletrônica e defendeu que o antigo chefe do Executivo tem o direito de se defender sem ser submetido a medidas que, segundo ele, "não condizem com o regime democrático".
— Respeito decisões judiciais, mas há limites. Julgar é papel da Justiça, vingar não. O Supremo julga, não vinga. Não se pode impor esse tipo de humilhação a quem sequer foi condenado — disse o governador.
Caiado afirmou que "tornozeleira se coloca em criminoso em progressão de pena, não em liderança política com atuação pública".
— Colocar tornozeleira em um ex-presidente que não tem condenação, não responde criminalmente e sempre se colocou à disposição da Justiça? Isso é um absurdo.
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Críticas a cargo de aliados
Recluso e sob risco de novas punições do STF, o Bolsonaro tem evitado declarações públicas, mas mantém intensa movimentação política nos bastidores. Nesta quarta-feira, ao menos sete aliados circularam pela sede do PL, em Brasília, onde Bolsonaro deve passar o dia inteiro. Coube a eles vocalizar críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ao próprio STF. Seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), protocolou um novo pedido de impeachment contra o magistrado.
Segundo interlocutores, Bolsonaro “está bem, sem medo” e tem recebido visitas desde segunda-feira. A expectativa é que ele permaneça no local até o início da noite, quando, por ordem judicial, deve retornar para casa. O almoço, mais uma vez, foi servido por um buffet na própria sede do partido.
Sem poder se manifestar diretamente, ao menos até que Moraes se pronuncie sobre os limites das medidas cautelares impostas, Bolsonaro tem terceirizado o discurso a parlamentares e lideranças bolsonaristas que passaram a despachar ao seu lado.
A tensão diminuiu com a demora de Moraes em se manifestar sobre o suposto descumprimento das medidas cautelares. Até a noite de terça-feira, aliados temiam que uma ordem de prisão preventiva fosse decretada nas primeiras horas do dia, o que não ocorreu. Agora, a expectativa é que o ministro mantenha apenas as sanções já impostas.

