Com julgamento de Bolsonaro e PEC da Blindagem, avaliações de STF e Congresso ficam estáveis
Percepção de entrevistados oscila dentro da margem de erro apesar de eventos de grande repercussão pública
Nova pesquisa Datafolha aponta que a avaliação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional permaneceu estável, dentro da margem de erro, entre julho e dezembro.
Os dados foram divulgados na noite dessa terça-feira (9) e captam a percepção dos entrevistados após o julgamento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado pela trama golpista e após a tramitação da PEC da Blindagem, que ampliava a proteção de parlamentares contra investigações e processos.
Dos entrevistados, 35% desta vez afirmaram que os ministros do STF realizam um trabalho ruim ou péssimo, contra 36%, em julho. No levantamento mais recente, 32% disseram ver um trabalho bom ou ótimo, numa alta de três pontos percentuais em relação ao anterior (29%). Os que classificam a atuação como regular eram 31% e, agora, 29%.
Os dados do Datafolha apontam tendência de alta na avaliação positiva do STF desde julho de 2022, quando 23% avaliavam o trabalho dos ministros como ótimo ou bom. Naquela ocasião, 33% citavam trabalho ruim ou péssimo e 38%, regular.
Entre março e julho deste ano, porém, o percentual de entrevistados que avaliaram o trabalho dos ministros do STF como ruim foi de 28% para 36%, e a classificação "regular" caiu de 40% para 31%.
Ainda de acordo com o levantamento, o STF é mais bem visto pelos entrevistados que têm de 45 a 59 anos (38%); entre os aposentados (39%); entre os menos instruídos (40%); e entre os católicos (38%). Também têm avaliação positiva mais prevalente entre os simpatizantes do PT (63%); entre os que avaliam o governo Lula como ótimo ou bom (68%); e entre os que estão satisfeitos com o desempenho do Congresso (60%).
Leia também
• Um dia após avanço no Senado, STF começa a julgar ações sobre marco temporal das terras indígenas
• Lula cobra do Congresso votação da PEC da Segurança; relatório deve ser lido nesta quarta
• Congresso Nacional isenta IPVA de veículos com mais de 20 anos
Enquanto isso, a avaliação da Corte é pior entre os homens (41%); entre os mais instruídos (43%); entre os que têm renda familiar mensal maior que cinco salários mínimos (48%); entre os que têm de 25 a 34 anos (41%); entre os empresários (58%); entre os brancos (42%); entre os evangélicos (43%); e entre os moradores da região Sul (43%). Também são mais críticos ao STF os simpatizantes do PL (87%); os que avaliam o governo Lula como ruim ou péssimo (72%); e os que se dizem insatisfeitos com o desempenho do Congresso (58%).
De julho até o novo levantamento, caiu no limite da margem de erro o percentual de entrevistados que avaliam o trabalho do Congresso Nacional como ruim ou péssimo (35% para 31%). Outros 44% apontaram desta vez que a atuação de senadores e deputados é regular (ante 41% da pesquisa anterior), e 21% citaram desempenho ótimo ou bom (ante 18% passados).
Apesar da repercussão e dos protestos públicos, que levaram ao arquivamento do projeto, a PEC da Blindagem não afetou negativamente a avaliação do Congresso, aponta o Datafolha. O instituto destaca que a avaliação da atual legislatura é melhor que a da passada, em período de tempo semelhante: em dezembro de 2021, 10% dos entrevistados avaliavam o trabalho de senadores e deputados como ótimo ou bom, enquanto 45% citavam desempenho regular e 41%, ruim ou péssimo.
O Congresso é mais bem avaliado entre as mulheres (24%); os menos instruídos (26%); entre os que ganham até dois salários mínimos (24%); entre os habitantes do Nordeste (25%); entre as donas de casa (28%); entre os que avaliam como ótimo ou bom o governo Lula (35%); e entre os que estão satisfeitos com o desempenho do STF (39%).
Segundo o Datafolha, ao mesmo tempo, os mais críticos ao Congresso Nacional são os homens (36%); os mais instruídos (40%); os que têm renda familiar mensal maior que dez salários mínimos (48%); os moradores das regiões metropolitanas (36%); os que avaliam como ruim ou péssimo o governo Lula (42%); e os que se dizem insatisfeitos com o desempenho do STF (52%).
Para a nova pesquisa, o instituto ouviu 2.002 pessoas, com 16 anos ou mais, em 113 municípios do país, entre os dias 2 a 4 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

