Conta de Instagram que teria sido utilizada por Cid foi criada com e-mail em nome do militar
Alexandre de Moraes retirou sigilo de documento enviado pela Meta
O Instagram informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a conta que teria sido utilizada pelo tenente-coronel Mauro Cid para falar de seu acordo de delação premiada foi criada com um e-mail em nome do militar.
A informação foi enviada ao STF na semana passada, mas estava sob sigilo. Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o documento fique público.
Moraes também liberou outro documento, enviado pelo Google, que detalha a criação da conta de e-mail. O endereço foi criado em 2005 e o aniversário do dono da conta é o mesmo de Cid.
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Durante o interrogatório de Cid no STF, na semana passada, o advogado Celso Vilardi, da defesa do ex-presidnte Jair Bolsonaro (PL), perguntou ao militar se ele havia conversado sobre o conteúdo de sua delação com outras pessoas pelo Instagram. Ele negou.
Em seguida, Vilardi questionou se ele conhecia um perfil chamado "GabrielaR702". Cid respondeu que Gabriela é o nome de sua esposa, mas que não sabia se esse era o perfil dela.
Dias depois, a revista Veja publicou mensagens que teriam sido enviadas por Cid, sobre sua delação, por meio desse perfil. Ao STF, os advogados do tenente-coronel negaram que ele fosse o autor do diálogo e pediram a investigação da conta. Por isso, Moraes determinou que a Meta enviasse os dados.
Na semana passada, no entanto, o advogado Eduardo Kuntz, que atua na defesa do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, informou ao STF que foi ele que conversou com Cid por essa conta e apresentou mais mensagens.
Câmara é um dos réus do chamado "núcleo dois" da trama golpista, enquanto Cid faz parte do considerado "núcleo crucial" da suposta organização criminosa que teria tentado um golpe de Estado.
Na quarta-feira, Moraes mandou prender Câmara e determinou que ele e Kuntz sejam investigados por possível obstrução de Justiça.
"São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado", afirmou Moraes.

