Seg, 08 de Dezembro

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JUSTIÇA

Conta de Instagram que teria sido utilizada por Cid foi criada com e-mail em nome do militar

Alexandre de Moraes retirou sigilo de documento enviado pela Meta

Mauro Cid na sessão do primeiro dia de interrogatórios do núcleo 1Mauro Cid na sessão do primeiro dia de interrogatórios do núcleo 1 - Foto: Ton Molina/STF

O Instagram informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a conta que teria sido utilizada pelo tenente-coronel Mauro Cid para falar de seu acordo de delação premiada foi criada com um e-mail em nome do militar.

A informação foi enviada ao STF na semana passada, mas estava sob sigilo. Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o documento fique público.

Moraes também liberou outro documento, enviado pelo Google, que detalha a criação da conta de e-mail. O endereço foi criado em 2005 e o aniversário do dono da conta é o mesmo de Cid.

Durante o interrogatório de Cid no STF, na semana passada, o advogado Celso Vilardi, da defesa do ex-presidnte Jair Bolsonaro (PL), perguntou ao militar se ele havia conversado sobre o conteúdo de sua delação com outras pessoas pelo Instagram. Ele negou.

Em seguida, Vilardi questionou se ele conhecia um perfil chamado "GabrielaR702". Cid respondeu que Gabriela é o nome de sua esposa, mas que não sabia se esse era o perfil dela.

Dias depois, a revista Veja publicou mensagens que teriam sido enviadas por Cid, sobre sua delação, por meio desse perfil. Ao STF, os advogados do tenente-coronel negaram que ele fosse o autor do diálogo e pediram a investigação da conta. Por isso, Moraes determinou que a Meta enviasse os dados.

Na semana passada, no entanto, o advogado Eduardo Kuntz, que atua na defesa do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, informou ao STF que foi ele que conversou com Cid por essa conta e apresentou mais mensagens.

Câmara é um dos réus do chamado "núcleo dois" da trama golpista, enquanto Cid faz parte do considerado "núcleo crucial" da suposta organização criminosa que teria tentado um golpe de Estado.

Na quarta-feira, Moraes mandou prender Câmara e determinou que ele e Kuntz sejam investigados por possível obstrução de Justiça.

"São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado", afirmou Moraes.

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