CPI do INSS aprova quebra de sigilo e manda ao STF pedido de prisão de advogado alvo da PF
Defesa de Nelson Willians afirma que acompanha os trâmites com 'serenidade'
A CPI do INSS aprovou, nesta quinta-feira, requerimentos para a quebra de sigilo bancário e para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de prisão preventiva do advogado Nelson Willians, que foi alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de participar das fraudes no instituto.Em depoimento na semana passada, Willians se negou a assinar um termo no qual se comprometeria a dizer a verdade à CPI.
Em nota, a defesa de Willians afirmou que ele tem "reiterado sua disposição de colaborar com todas as autoridades competentes". "Quanto às medidas solicitadas, a defesa acompanhará o trâmite com serenidade e confia que qualquer decisão será tomada em estrita observância à Constituição e às garantias fundamentais asseguradas a todos os cidadãos", diz a nota.
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O escritório dele prestou serviços para o empresário Maurício Camisotti, que é apontado na investigação como beneficiário das fraudes na Previdência, o que ele nega. Em seu depoimento, Willians se recusou a responder a maioria dos questionamentos feitos pelo relator do colegiado, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e afirmou que "não tem qualquer relação com as investigações". Em uma das poucas respostas, admitiu conhecer Camisotti e disse que a PF "não errou" ao fazer as recentes operações para combater as fraudes no INSS.
Willians conseguiu habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do STF, garantindo a ele o direito de permanecer em silêncio e não prestar depoimento. Apesar disso, ele teve que comparecer à sessão.
Maurício Camisotti foi preso em ação determinada pelo STF em desdobramento da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Segundo o GLOBO apurou, investigadores identificaram risco de fuga e indícios de ocultação patrimonial.
Por identificar o risco de fuga de Careca e Camisotti, a CPI já havia aprovado, no início do mês, um requerimento endereçado ao Supremo no qual pedia a prisão preventiva e a quebra de sigilo deles e de outros suspeitos citados em investigações da Polícia Federal. O presidente da CPI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), precisou pedir à Polícia Legislativa a intimação dos dois presos diante da dificuldade de encontrá-los.

