De críticas a licitações à comparação entre moradores de ruas: relembre frases controversas de Zema
Govenardo de Minas Gerais lançou pré-candidatura ao Planalto em evento neste sábado
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lançou a sua pré-candidatura à presidência da República em um evento neste sábado, em São Paulo. Ele é o segundo governador da direita a se colocar como pré-candidato na disputa ao Planalto, em um cenário ainda indefinido em meio à inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) e à indefinição de seu sucessor.
Nesta quinta-feira, ao ser entrevistado pelo podcast Flow, o govenardor viralizou ao criticar a exigência de licitação para a escolha de empresas em obras públicas. Relembre abaixo outras declarações controversas de Zema:
Histórico de declarações
‘Vaquinhas’: Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Zema questionou a criação de um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte comparando-os a “vaquinhas que produzem pouco” e que o governo estava deixando “de lado as que estão produzindo muito”. A declaração gerou reação de governadores.
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Dependentes de auxílio: Em junho de 2023, em encontro do Consórcio Sul e Sudeste, Zema disse que as duas regiões têm “estados que, diferente da maioria, há proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial” e que “boa parte da solução do Brasil passa por esses sete estados”.
Posts nas redes: O governador já postou duas frases que geraram polêmica em suas redes: uma atribuída a Mussolini, sobre liberdade, após Bolsonaro ficar inelegível; e outra do ex-presidente americano James Madison que diz que “democracia é o direito das pessoas escolherem seus próprios tiranos”.
Rótulo de carrasco: "No Brasil, a coisa mais comum que acontece é rotular. Se alguém é homem, é branco, é heterossexual, é bem-sucedido: pronto, é rotulado de carrasco. Parece que não pode ser humano, mas dá sim. Dá para ser humano. Qualquer rótulo é perigoso", disse o governador, em janeiro de 2024.
Comparação entre carros abandonados e moradores de rua: "Eu falo que no Brasil nós tínhamos que ter uma lei. Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada no Brasil que é efetivo. É um problema em São Paulo, Belo Horizonte e em outras cidades”, disse Zema em junho deste ano.
'Pesadelo dos gestores': o governador mineiro criticou nesta semana a exigência de licitações no serviço público durante uma entrevista ao Flow Podcast. "O pior do Estado é a tal da licitação. As estradas em Minas Gerais que nós estamos recuperando, pontes que estamos construindo, tudo atrasa porque, toda hora, tem questionamento judicial (...) Quando você reforma sua casa ou gerencia seu negócio, pode contratar quem desejar. No governo, se eu escolho uma empresa confiável e conhecida, vão dizer que estou direcionando para ela", disse Zema.
O evento deste sábado foi marcado por críticas ao presidente Lula, ao PT e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os 2,5 mil presentes, segundo o Novo, estavam parlamentares do partido como o senador Eduardo Girão (Novo-CE), os deputados Adriana Ventura, Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Ricardo Salles (Novo-SP) e teve gritos de “fora Lula” e “fora, Xandão”. Girão chegou a chamar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de “ditador”. Houve vaias a Lula, e o deputado estadual do Rio Grande do Sul Felipe Camozzato puxou uma música chamando o Supremo de “puxadinho do PT”. Van Hattem, por sua vez, disse que quer concorrer ao Senado em 2026 para pautar “o impeachment dos ministros do STF”.
O Novo ainda promete lançar ao menos 32 deputados federais e 45 estaduais, e quer lançar o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) ao Senado ou ao governo de São Paulo, caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) decida concorrer ao Planalto.
Com Bolsonaro inelegível até 2030, a direita se movimenta para definir o candidato para o governo federal em 2026, e entre os nomes cotados estão integrantes da família Bolsonaro, e governadores da direita como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, além de Caiado e Zema.
O presidente Lula deve concorrer à reeleição e tenta manter partidos do centro, como MDB e União, em sua base. Siglas com ministérios no governo petista têm sinalizado, porém, que podem integrar uma chapa de oposição na próxima eleição.

