Defesa de Bolsonaro pede a Moraes autorização para visitas de esposa e filhos na superintendência
Ex-presidente foi preso preventivamente por risco de fuga após violar tornozeleira eletrônica
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu neste sábado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para visitas da esposa, Michelle Bolsonaro, e dos filhos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde ele está preso. Bolsonaro foi preso preventivamente pela PF por determinação de Moraes após tentar violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.
"JAIR MESSIAS BOLSONARO, por seus advogados que esta subscrevem, nos autos da ação penal em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, em cumprimento ao quanto determinado na r. decisão que decretou sua prisão preventiva, requerer que sua esposa e filhos sejam autorizados a visitar o Peticionário", diz a solicitação da defesa.
A prisão preventiva foi determinada por Moraes no início da madrugada. A decisão deste sábado não está relacionada com a execução condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos.
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Na decisão, Moraes cancelou visitas anteriormente autorizadas para Bolsonaro na prisão domiciliar, a que estava submetido até a decisão desta madrugada, o que afetou afetou os encontros dos governadores Tarcísio de Freitas , de São Paulo, Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, e Ronaldo Caiado, de Goiás. Também estavam marcadas visitas dos deputados federais Guilherme Derrite (PP-SP) e Evair Melo (PP-ES), entre outras.
Em outro despacho neste sábado, o magistrado ainda rejeitou os pedidos de encontro realizados nesta sexta-feira, além de negar a solicitação da defesa de prisão domiciliar "humanitária". Dentre os pedidos para visita, estavam o do ex-ministro de Bolsonaro Onyx Lorenzoni e do candidato à presidência em 2022 Padre Kelman, além da deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e do senador Carlos Portinho (PL-RJ).
Prisão preventiva
Na decisão de prisão preventiva, Moraes afirma que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro foi violada pouco depois da meia-noite deste sábado. Além disso, o despacho cita uma vigília convocada para esta noite pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a porta do condomínio onde o ex-presidente mora.
"O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08min do dia 22/11/2025".
"A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", ressaltou Moraes.
Na decisão, Moraes pontuou que "embora a convocação de manifestantes esteja disfarçada de 'vigília'", a conduta indica o mesmo "modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares com o objetivo de conseguir vantagens pessoais".

