Edinho e Gleisi marcam encontro após escalada de tensão envolvendo disputa pelo comando do PT
Sugestão do encontro partiu de Gleisi após o Edinho afirmar que estava "indignado" com o vazamento de uma reunião do partido com Lula
Nova ministra da articulação política, a ex-presidente do PT, Gleisi Hoffmann, marcou uma reunião com o ex-prefeito Edinho Silva, favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-la no comando do PT. A conversa deve ocorrer nesta terça-feira, em meio à escalada da tensão interna no partido.
A sugestão do encontro partiu da própria Gleisi após Edinho afirmar que estava "indignado" com o vazamento de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes da corrente majoritária do partido — a Construindo um Novo Brasil (CNB) —, da qual Gleisi e Edinho fazem parte.
O encontro levou duras críticas da candidatura de Edinho a Lula.
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Para Edinho, o presidente Lula foi "usado" ao ser convidado para a reunião com o objetivo de desestimular sua candidatura. O encontro tratou da sucessão de Gleisi Hoffmann na presidência do partido.
Segundo o colunista do Globo, Lauro Jardim, aliados de Gleisi demonstraram insatisfação com o nome de Edinho em reunião com Lula e disseram que estão trabalhando por outra candidatura.
Edinho expressou insatisfação em evento na cidade de Matão, no interior de São Paulo, no domingo, quando disse que o presidente foi usado pelos responsáveis pela reunião.
— Lula vai para uma reunião para que a gente possa construir unidade e ela é vazada para a imprensa como instrumento de luta interna. Nós não podemos aceitar. Eu estou muito indignado com o que aconteceu, da forma como aconteceu, mas isso não me estimula. Ao contrário, isso me estimula a lutar para a construção do partido que nós temos que construir — afirmou.
Mesmo com guerra aberta contra sua candidatura no PT, Edinho Silva foi à Brasília para participar na cerimônia de posse de Gleisi como ministra da SRI nesta segunda-feira no Palácio do Planalto. Os dois trocaram abraços e combinaram o encontro.
Aliados do ex-prefeito de Araraquara argumentam que Lula não pode ser incluído na disputa interna do PT dessa forma, enquanto pessoas próximas a Gleisi argumentam que não há consenso na CNB em torno do nome de Edinho. Apesar da pressão do grupo de Gleisi, Lula tem indicado que o movimento não terá efeito.
Como mostrou a colunista Bela Megale, Lula sinalizou a integrantes da legenda que vai dobrar a aposta no apoio a Edinho e que a chance de mudar de ideia é nula. O ex-prefeito também mostrou a aliados que está convicto sobre o suporte do presidente ao seu nome.

