Erika Hilton denuncia transfobia institucional dos EUA à ONU por visto no masculino
Documento protocolado nesta terça-feira acusa a gestão de Donald Trump de violar direitos humanos
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) formalizou uma denúncia formal ao Alto Comando da Organização das Nações Unidas ( ONU) para os Direitos Humanos contra uma medida, referida como transfóbica, do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
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A iniciativa imposta pelo Republicano cinco dias após a posse não reconhece a identidade de pessoas transexuais no país.
A política afetou a psolista que teve a identificação alterada para masculino na renovação do visto para entrar no país em abril.
Com o apoio de 168 parlamentares ou entidades, o documento protocolado nesta terça-feira acusa a gestão de Trump de violar direitos humanos.
A medida restringe a categoria “sexo” à classificação biológica e não inclui o aspecto da identidade de gênero em documentos federais.
“Este ato oficial desrespeita sua condição de parlamentar, no exercício diplomático de suas atividades políticas, e sua identidade como mulher trans negra, além de agravar sua exposição à discriminação institucional e à violência transfóbica, escancara uma violação sistemática de um grupo específico por parte do governo americano”, diz o documento.
A deputada também ingressou junto ao grupo com uma solicitação de medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com uma solicitação de que ocorra uma alteração imediata do visto diplomático concedido a parlamentar para que conste na categoria “sexo” o gênero feminino.
O grupo argumenta ser necessário “salvaguardar o direito à identidade e a integridade física da Deputada Federal Erika Hilton ao ingressar nos Estados Unidos, como parlamentar em missão diplomática, representando a Câmara dos Deputados, respeitando-se sua identidade de gênero feminina, em conformidade com documentos oficiais brasileiros”.
Além disso, pedem que a medida de Trump seja revogada por completo.

