Fraude do INSS tem parlamentares envolvidos, denuncia Magno Malta
Senador do PL comemora a instalação da CPI, mas alerta que governo Lula pode interferir no andamento e destaca que é preciso vigilância
O senador Magno Malta (PL-ES) comemorou a oficialização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, mas alerta para a "interferência do governo Lula" no processo. Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins, o liberal denunciou o envolvimento de congressistas da base do governo Lula (PT) no escândalo que desviou bilhões de reais da previdência social. Ele cobra vigilância, pois sugere que o caso estaria sendo abafado e aponta que a Polícia Federal já teria nomes dos parlamentares no meio da investigação.
"O grande medo deles é porque a Polícia Federal já tem nomes de deputados e senadores envolvidos. Por que eles estão tentando abafar de todo jeito e jogar no colo do ex-presidente Jair Bolsonaro? Ora, quem era o ministro antes de tudo? O Paulo Bernardo, ex-marido da ministra Gleisi Hoffmann, que foi preso por isso. Eles sempre voltam para a cena do crime. O Paulo Bernardo estava fazendo empréstimo consignado em nome dos aposentados sem que eles soubessem, e foi preso. Sabemos disso. E eles têm medo disso, tanto que já estão tentando tomar conta da CPMI para abafar tudo, mas mesmo assim vamos lutar", disparou Magno Malta.
O liberal criticou a demora para a oficialização da CPMI, já que o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), só fez a leitura ao final da reunião da última terça-feira (17), e os trabalhos do deverão começar de fato em agosto.
"Normalmente um pedido de CPMI trava a pauta do Congresso. Estranhamente, só foi lido no final, mesmo com a gente cobrando. Mas foi uma derrota para o governo Lula, que trabalhou direto, usou dinheiro de forma irresponsável, como é sua prática. Comprou e pagou gente, soltou emendas, e mesmo assim não teve como barrar. Tentaram de tudo, e agora vão querer fazer maioria na CPMI, como fizeram em outras. Já indicaram o (senador) Omar Aziz (PSD-AM) para presidente, mas vamos mostrar a cara para a nação, para o mundo", completou.
Magno Malta elogiou a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro no interrogatório recente feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Para o senador do PL, seu correligionário estava "leve por não ter o que temer" do jurista, a quem Malta chegou até a acusar de "estelionatário", "debochado jurídico" e "arrogante".
"Bolsonaro mostrou quem é, chegou de forma descontraída. Aquilo (convite para o ministro ser seu vice) só mostra que Moraes é arrogante, que já atravessou o rio, queimou a canoa e não tem como voltar. Foi uma brincadeira de quem (Bolsonaro) sabe que será candidato em 2026", afirmou Malta. "Bolsonaro estava diante de um debochado jurídico, que acha que pode criar leis e debochar das pessoas. Moraes é o CEO de um consórcio de malvados, perversos, que envolve desde o governo, a Procuradoria Geral da República e infelizmente a criminalidade crescente no Brasil", completou.
Magno Malta ainda relembrou a sabatina de Moraes ao Senado, quando foi indicado pelo então presidente Michael Temer, e o acusou de mentir naquela ocasião. "Sabatinei quase todos (os ministros) que aí estão. Ele (Moraes) recebeu ataques do PT, da Gleisi Hoffman, do Randolfe Rodrigues, do Lindberg Farias, e hoje são todos amigos. Não sei quem mudou, mas quando revejo o discurso de Moraes sobre liberdade, aquilo é um estelionato. Ele (Moraes) e todos (os ministros) mentiram", disparou o senador.
Sobre a próxima mobilização convocada pelas forças de direita para o dia 29 de junho, em São Paulo, Malta disse que a expectativa é de um "evento gigante e por justiça". O congressista acredita que o grupo liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve seguir promovendo manifestações pelo país.
"Vamos continuar. Há um adubo de injustiça semeado nesse país. Mas as pessoas que têm sede de justiça estarão lá. Tentaram nos calar, mas seguiremos mobilizados. Será um evento gigante", afirmou Malta.
O senador disse ainda que não vê um cenário para 2026 sem a presença de Bolsonaro nas urnas, apesar de sua inelegibilidade na Justiça Eleitoral. "Eleição sem Bolsonaro é um golpe. Eles (PT) estão preparando o golpe de verdade para tentar se eternizar no poder. Eu não acredito nessa inelegibilidade da Procuradoria Geral da República. Não tem base jurídica", ironizou. "Existem quadros colocados aí, todos têm grandes qualidades, mas tem um detalhe. O povo que gosta de Bolsonaro tem uma paixão por ele. Então, se Bolsonaro não for candidato, será um grande quadro eleitoral, mas (o escolhido) pode ser um bom gestor, mas essa paixão ali enrustida não sei se poderá ser transferida", avaliou.
Aumento
Magno Malta ainda condenou o projeto que aumenta a quantidade de deputados na Câmara Federal, e prometeu fazer campanha contra quando a matéria entrar na pauta do Senado, nas próximas semanas. "Um país a deriva, endividado, com uma Câmara e um Senado como peso morto, que não cumprem seu papel constitucional... Chegamos ao ponto em que o presidente da Câmara diz que anistia para quem não cometeu crime não é uma pauta importante para o Brasil, mas aumentar a quantidade de deputados e a despesa pública é prioridade. Não vamos deixar isso passar, vou trabalhar contra", concluiu.

