Fufuca diz que punição do PP é "muito dura", mas descarta sair do partido
Ministro vai perder a vice-presidência nacional da legenda e o comando do diretório do Maranhão após decidir ficar no governo
O ministro do Esporte, André Fufuca, disse nesta quarta-feira (8) que a decisão do PP que o puniu com o afastamento de todos os cargos que ele tinha na legenda é “muito dura”. Fufuca decidiu continuar no governo Lula, mesmo sob forte pressão do seu partido para deixar o posto
– Foi uma decisão muito dura, afastar da vice-presidência nacional, afastar do diretório do meu estado. Não concordo, mas respeito. Vou ficar no Ministério, estou aqui hoje trabalhando, amanhã também teremos agenda – disse o ministro ao participar de um evento da pasta que ele comanda.
Fufuca declarou também que é preciso “ter paciência” e que “isso é comum para os grandes partidos”.
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Apesar de ter sido punido, o PP não abriu um processo de expulsão de Fufuca da legenda. O ministro disse que pretende continuar na sigla e que mantém o plano de tentar ser candidato ao Senado no ano que vem, mesmo sem o comando do diretório no estado.
– Vamos aguardar, são decisões que eu acredito que o tempo vai mostrar qual a melhor resposta e não tem o que fazer a não ser isso, aguardar. Continuo no meu partido, é um partido que tenho história, que eu trabalho há muito tempo com ele e continuarei no meu partido.
O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, anunciou hoje que Fufuca foi punido com a perda do controle do diretório da sigla no Maranhão, seu reduto eleitoral, e com a destituição do cargo de vice-presidente no comando nacional da legenda.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, Ciro Nogueira afirmou que, "diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido".
O senador acrescentou também que "a Direção Nacional do Progressistas realizará, ainda, intervenção no diretório do Maranhão, retirando o ministro do comando da legenda no estado" e que "não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática".
O partido de Fufuca e o União Brasil, que anunciaram uma federação para ganhar maior musculatura política nas próximas eleições, determinaram que todos os filiados com cargos ligados ao governo Lula devem ser desligados das suas funções, sob pena de serem expulsos das legendas.
O movimento ocorre em meio às movimentações políticas para as eleições de 2026, pois os partidos do Centrão estão de olho em uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à Presidência da República.

