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Política

Gilmar alfineta Janot, que rebate desafeto

No início da noite, Janot rebateu a declaração do ministro ao fazer seu discurso final na corte

'Completamos 30 anos de normalidade institucional. Agora a meta é pensar nos próximos 30 anos', afirmou o ministro sobre a CF/88'Completamos 30 anos de normalidade institucional. Agora a meta é pensar nos próximos 30 anos', afirmou o ministro sobre a CF/88 - Fotos Públicas

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes alfinetou o procurador-geral, Rodrigo Janot, pouco antes do início da sessão da corte na tarde da quinta (14). Questionado por jornalistas se se manifestaria na sessão do STF a respeito do término do mandado de Janot, que deixa o cargo no domingo (17) após dois mandatos consecutivos, o magistrado recorreu a uma frase do poeta português Manuel Du Bocage (1765-1805): "Eu diria em relação ao procurador-geral: 'Que saiba morrer quem viver não soube'", afirmou.

No início da noite, Janot rebateu a declaração do ministro ao fazer seu discurso final na corte. Depois de falar sobre as críticas que vem sofrendo a respeito da Lava Jato, afirmou que "tudo já se encontra no passado". "Os mortos, então, deixai-os a seus próprios cuidados."

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"As páginas da história certamente hão de contar com isenção e verdade o lado que cada um escolheu para travar sua batalha pessoal nesse processo", disse Janot.
O ministro Gilmar não testemunhou o discurso final do desafeto, que também declarou que "o país, tal qual paciente submetido a gravoso tratamento, convulsiona no processo curativo do combate à corrupção".

Janot afirmou ainda que considerava esperados os ataques que sofreu durante sua trajetória ("que não poucas vezes pareceu inglória") no comando do Ministério Público. "Saberia que haveria um custo por enfrentar o modelo político corrupto e produtor de corrupção cimentado por anos de impunidade."
No mesmo tom de despedida, o procurador disse que o STF "desempenha papel de esteio da estabilidade institucional e democrática".

NOVA PROCURADORA
Na segunda-feira (18), Raquel Dodge assumirá o comando da Procuradoria-Geral da República. A expectativa é que sua entrada no cargo reduza os atritos entre a instituição e o Supremo, uma vez que Gilmar e Janot protagonizaram diversos embates.

Dodge tem se reunido recentemente com os ministros da corte para saber sobre o funcionamento do STF.

Nesta semana, a procuradora, que foi indicada ao cargo pelo presidente Michel Temer, já se reuniu com a chefe do Supremo, ministra Cármen Lúcia, com o decano Celso de Mello e com o próprio Gilmar Mendes.

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