Dom, 07 de Dezembro

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EX-PRESIDENTE

Gleisi comemora operação da PF contra Bolsonaro, mas apaga post

Interlocutores da ministra dizem que publicação foi um erro

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, comemora operação da PF contra Bolsonaro, mas apaga postA ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, comemora operação da PF contra Bolsonaro, mas apaga post - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), quebrou o silêncio do governo federal na manhã desta sexta-feira ao publicar em suas redes sociais uma mensagem comemorando a operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A publicação, no entanto, foi apagada menos de uma hora depois, diante da repercussão negativa.

No post, Gleisi escreveu: “Bom dia PF! Sextou com busca e apreensão na casa do golpista. Grande dia!”. A mensagem fazia alusão direta à operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, em Brasília, e na sede nacional do PL.

A postagem fugiu da linha adotada oficialmente pelo governo, que optou pelo silêncio diante da ofensiva policial contra o ex-presidente e aliados. Segundo interlocutores da ministra ouvidos pela reportagem, a publicação foi feita por integrantes de sua equipe de comunicação, sem o conhecimento prévio dela. Assim que Gleisi foi informada do conteúdo, teria pedido sua remoção imediata.

Apesar do tom da postagem estar em linha com a narrativa política do PT, o gesto vai de encontro ao Palácio do Planalto, que tem tentado demonstrar distanciamento institucional das investigações conduzidas pela Polícia Federal. A avaliação interna é de que manifestações públicas poderiam ser interpretadas como tentativa de interferência política em um processo judicial em curso.

A ordem dentro do governo tem sido de absoluto silêncio sobre o caso. Segundo fontes do Planalto, ministros têm sido orientados a não comentar a operação, nem mesmo em conversas informais. A estratégia é liderada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, que tem reforçado a importância de manter o tom institucional e evitar qualquer associação entre a investigação e ações do Executivo.

A operação da PF mira um suposto plano de golpe de Estado articulado por Bolsonaro e seus aliados. O ex-presidente colocou tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com outros investigados, inclusive os próprios filhos, Carlos e Eduardo.

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