Líder do PT pede prisão de Eduardo Bolsonaro após ameaça de sanção contra Moraes
Deputado licenciado reagiu e disse que movimento representa 'sequestro do Judiciário' pela esquerda
O líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), informou pelas redes sociais que enviou uma representação para a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a prisão do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado do cargo e morando nos Estados Unidos. O parlamentar petista acusa o adversário de atentar contra a soberania nacional ao articular por sanções americanas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em resposta, o nome do PL disse que o movimento provaria de que o Judiciário brasileiro foi "serve como instrumento político da esquerda".
"A campanha sórdida de Eduardo Bolsonaro, ao colaborar com políticos dos EUA para atacar o STF e interferir no julgamento do golpe que envolve seu pai, revela a estratégia do golpe continuado da extrema-direita brasileira — agora associada ao complexo de vira-lata em relação ao governo estadunidense", escreveu Lindbergh em um post no X. O líder petista também classificou como "inaceitável que falsos patriotas usem o mandato e a imunidade parlamentar para conspirar contra o Brasil", em referência à trama golpista e a tentativas de "intimidar o STF".
Na publicação, o deputado disse ter acionado a PGR contra Eduardo por atentado à soberania nacional, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do poder. "Não aceitaremos qualquer tipo de interferência no julgamento dos golpistas", completou o petista.
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Após o anúncio de Lindbergh, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que, com o pedido de sua prisão, "o PT apenas oferece à comunidade internacional mais uma prova, clara e incontestável" de que ele estaria "falando a verdade quando diz que o Judiciário brasileiro foi sequestrado por Alexandre de Moraes". Na resposta, ele também afirmou que a Justiça no país serve "como instrumento político da esquerda para perseguir a oposição, censurar qualquer voz dissidente".
A possibilidade de punição de Moraes foi comentada nesta semana pelo chefe do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, durante seu depoimento na Comissão de Relações Exteriores do Congresso americano, na última quarta-feira. Ao ser questionado pelo deputado republicano Cory Mills, que comentou sobre a "perseguição política" da oposição no Brasil, o auxiliar de Trump disse que há "grande possibilidade" de imposição de sanções contra o magistrado.
Lindbergh e Eduardo também tiveram um primeiro embate no início deste ano, quando o líder do PT entrou com uma notícia-crime que solicitava a apreensão do passaporte do adversário após a discussão de um projeto no Congresso dos EUA que impediria a entrada de Moraes no país. Na época, o texto chegou a ser aprovado pelo Comitê Judiciário da Câmara e chegou a ser celebrado no Brasil por aliados bolsonaristas.
O pedido de apreensão do passaporte do parlamentar, no entanto, foi rejeitado por Moraes no mês seguinte, após uma orientação emitida pela PGR que pedia o arquivamento da denúncia. Na mesma semana, o nome do PL anunciou que tiraria uma licença de 122 dias do cargo na Câmara e que passaria a morar nos Estados Unidos, onde estava desde o fim de fevereiro.

