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Lula diz que ficará "muito feliz" com ministros que precisarem sair para disputar eleições

Declaração foi feita durante a última reunião ministerial do ano

Lula diz que ficará "muito feliz" com ministros que precisarem sair para disputar eleiçõesLula diz que ficará "muito feliz" com ministros que precisarem sair para disputar eleições - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 17, que ficará "muito feliz" com ministros que precisarem se afastar do cargo para disputar as eleições de 2026 A declaração foi feita durante a última reunião ministerial do ano. Entre os possíveis nomes está o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deve deixar a pasta para coordenar a campanha de reeleição de Lula - e também é cogitado como candidato ao governo ou ao Senado em São Paulo.

"(O ministro) será obrigado a se afastar para ser candidato, porque o povo do Estado quer que ele seja candidato. É sempre assim: quando você tira um ministro, ele chora", disse o petista "Quando você não quer tirar, ele quer sair, ele encontra todos os argumentos necessários para sair e joga a responsabilidade em cima do povo. Eu reconheço isso. E eu vou ficar muito feliz que aqueles que tiverem que se afastar, se afastem e, por favor, ganhem o cargo que vão disputar. Não percam."

Na avaliação do presidente, o governo encerra 2025 em uma condição amplamente favorável, ainda que esse desempenho não se reflita com a intensidade esperada nas pesquisas de opinião. Lula atribuiu essa discrepância ao cenário de forte polarização política no País, que, segundo ele, cristaliza posições e reduz a margem de mudança fora de contextos excepcionais.

Para o chefe do Executivo, esse ponto de inflexão ocorrerá nas eleições de 2026, quando o eleitorado terá de escolher o projeto de país que deseja. Nesse contexto, afirmou ser essencial reforçar a narrativa de que o atual governo assumiu um País "desmontado", priorizou a reconstrução e fez da "união" um eixo central de sua atuação.

"Depois, no começo deste ano, a gente começou a falar que estava plantando e que este ano seria o ano da colheita. Então, nós já anunciamos todas as políticas sociais que a gente tinha que anunciar", salientou Lula. "O dado concreto é que o ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem neste País."

O petista afirmou ainda que o atual governo reúne integrantes com experiência desde 2003 e avaliou que o País vive um momento praticamente inédito sob a ótica econômica. Segundo o presidente, há avanços expressivos no financiamento por bancos públicos, como BNDES, Caixa e Banco do Brasil, além de crescimento da indústria e da agricultura. "Bancos públicos há décadas não tinham capacidade de investimento que têm agora."

Lula também ressaltou a aprovação de pautas que classificou como estruturantes, citando a política tributária, concluída na Câmara e em tramitação no Senado, e mudanças no Imposto de Renda (IR). Para Lula, essas conquistas contrariam as "previsões de analistas" que consideravam improvável a aprovação de matérias relevantes em um governo com base parlamentar reduzida, resultado que ele atribuiu à capacidade de diálogo e ao poder de articulação política dos ministros.
 

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