Manifesto de União-PP defende "choque de prosperidade" e diminuição do Estado
Texto foi divulgado durante evento de lançamento da aliança entre os dois partidos
O União Brasil e o PP divulgaram nesta terça-feira um manifesto político que define as posições da federação recém-anunciada.
O texto foi lido pelos presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira, durante evento de lançamento da aliança e prega a diminuição do papel do Estado na economia, além de preconizar um "choque de prosperidade".
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O documento deixa explícito que os governos, desde a redemocratização, pouco fizeram para contribuir com o crescimento do país, inclusive as gestões do PT.
O único exemplo positivo citado é o Plano Real, levado adiante por Fernando Henrique Cardoso.
“Um exercício comparativo demonstra com clareza solar que a democracia brasileira falhou nos últimos 40 anos na capacidade de romper o ciclo de letargia na economia.
O nosso crescimento acumulado do PIB nesse período de quatro décadas foi de 167%, ao passo que a China cresceu quase 3.000%, e a Índia mais de 1.000%”, diz em trecho do documento.
A federação será comandada até o final de 2025 de forma conjunta por Rueda e Nogueira.
Os dois são próximos da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e costumam criticar a visão do PT sobre a intervenção do Estado na economia.
Sobre o Plano Real, que acabou com a crise da hiperinflação em 1994 e foi lançado por FH, então ministro da Fazenda, a citação foi em tom elogioso, mas com ressalvas de que a iniciativa não foi suficiente.
“Conseguimos escapar à armadilha inflacionária, e talvez essa tenha sido a maior realização econômica da Nova República. O mais importante foi a demonstração inequívoca de que governo e sociedade, juntos, podem construir soluções duradouras e transformadoras. O Plano Real foi um exemplo. Mas é muito pouco, infelizmente”, diz o texto da federação.
Em outro momento do texto, os dois partidos pregam um “choque” e uma “reforma modernizadora do Estado”.
É mencionada uma reforma administrativa, que visa alterar regras no serviço público, mas os partidos pedem transformações maiores.
“Será mais que uma simples reforma administrativa. Deve promover a inovação, com o uso intensivo e extensivo de fórmulas avançadas de tecnologia de gestão; repensar a dimensão dos entes estatais; e revisitar a estrutura de cada um dos poderes. Manter o tamanho atual e o peso do Estado é estar na contramão do progresso inscrito em nossa bandeira”, apontam os partidos.
As duas siglas dizem ainda que o Estado precisa agir “como indutor do desenvolvimento” e o capital privado “como motor do crescimento”.
O grupo reunirá 107 deputados e 14 senadores. No caso da Câmara, a federação União-PP terá a maior bancada, superando o PL, de Jair Bolsonaro, que tem 92 deputados.
Já no Senado o grupo empata com o PSD e com o PL pelo posto de maior bancada.
Juntos, os partidos teriam ainda um fundo partidário quase bilionário, de R$ 954 milhões, além de seis governadores e 1.343 prefeitos, a maior quantidade entre as legendas.
Uma federação obriga as legendas que fazem parte dela a atuarem com a mesma posição no Congresso e nas eleições municipais, estaduais e presidencial por no mínimo quatro anos.

