Sex, 05 de Dezembro

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Investigação

Mensagens de Bolsonaro e Malafaia revelam coação no curso do processo, aponta PF

Investigadores listaram conversas entre o ex-presidente e o pastor

O ex-presidente brasileiro (2019-2022) Jair Bolsonaro (E) junto ao pastor pentecostal e escritor brasileiro Silas Malafaia O ex-presidente brasileiro (2019-2022) Jair Bolsonaro (E) junto ao pastor pentecostal e escritor brasileiro Silas Malafaia  - Foto: Sergio Lima / AFP

A Polícia Federal listou uma série de mensagens trocadas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia para afirmar que os dois atuaram para coagir a Justiça Brasileira no curso do processo sobre a trama golpista.

Segundo a PF, há "fortes indícios" de participação do religioso na "empreitada criminosa" de intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de sanções nos Estados Unidos.

Em julho deste ano, o pastor enviou uma mensagem a Bolsonaro, avisando que iria publicar um vídeo nas redes sociais sobre o tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump.

"Presidente, você voltou para o jogo. Podem usar bravatas aqui, vão ter que sentar na mesa para negociar. Você é o cerne da questão. Quem é o Brasil para peitar os EUA? Mico contra um gorila. O vídeo que vou postar daqui a pouco eu vou ao cerne da questão. A próxima retaliação vai ser contraministros do STF e suas famílias. Vão dobrar a aposta apoiando oitador? DUVIDO", escreveu Malafaia a Bolsonaro, na ocasião.

Celular apreendido
Nesta quarta-feira, a PF apreendeu o celular de Malafaia no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde ele desembarcava de um voo vindo de Lisboa. As ações foram autorizadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes no âmbito de uma investigação que apura a tentativa de obstrução de Justiça da ação penal sobre o plano golpista. As medidas tiveram a concordância do procurador-geral a Justiça, Paulo Gonet.

Ele escreveu que Malafaia aparece nos diálogos e postagens como "orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro". "Impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal n. 2668 [da trama golpista], em que o ex-presidente figura como réu", afirmou Gonet. 

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