Dom, 07 de Dezembro

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POLÍTICA

Milhares de manifestantes pedem proibição do partido de extrema direita AfD na Alemanha

Partido foi classificado como "extremista" por agência de inteligência alemã

Pessoas se reúnem para protestar contra partido alemão de extrema-direita, AfDPessoas se reúnem para protestar contra partido alemão de extrema-direita, AfD - Foto: Raphaelle LOGEROT/AFP

Milhares de pessoas foram às ruas da Alemanha neste domingo para exigir a proibição do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) depois que o serviço de inteligência o classificou como um "grupo extremista". Os manifestantes foram às ruas em mais de 60 cidades, de Colônia a Hamburgo, incluindo a capital Berlim, onde a polícia disse que havia cerca de três mil pessoas.

A manifestação foi convocada pelo grupo Zusammen gegen Rechts (Juntos Contra a Direita). "A AfD não é um partido normal e não deve ser tratada como tal. Agora é a hora de considerar seriamente a proibição do partido", afirmou a organização em seu site.

Em Berlim, a manifestação ocorreu no Portão de Brandemburgo e reuniu mais de sete mil pessoas, segundo os organizadores, e três mil, segundo a polícia.

"Todos juntos contra o fascismo!" gritava a multidão com bandeiras de arco-íris e cartazes.

O partido obteve 20% dos votos nas últimas eleições legislativas.

Poucos dias antes da posse do novo chefe de Governo, Friedrich Merz, que lidera uma coalizão de conservadores e social-democratas, o serviço de inteligência interna (BfV) classificou a AfD como um grupo "extremista de direita" que poderia representar um perigo para a democracia.

Na quinta-feira, o BfV suspendeu temporariamente a classificação enquanto aguarda a resolução do recurso do partido na justiça. A decisão gerou tensões políticas dentro e fora da Alemanha, especialmente com os Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump expressou apoio à AfD.

Autoridades dos EUA acusaram o governo da Alemanha de tentar cercear a oposição.

Ao explicar sua decisão, a agência alemã afirmou que o ponto central é a “compreensão étnica do povo” promovida pelo partido, que “desvaloriza grupos populacionais inteiros na Alemanha e viola a dignidade humana”, com posturas contra refugiados e migrantes, muitos provenientes de países de maioria muçulmana.

A AfD, por outro lado, afirmou que a decisão do órgão ataca a liberdade de expressão e a crítica legítima às políticas migratórias. Na visão dos líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, é a própria agência de inteligência que está violando a Constituição.

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