Sáb, 06 de Dezembro

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POLÍTICA

"Motta está no pior emprego do mundo, imagina se fosse esquentado como o Lira?", diz marqueteiro

Em entrevista ao e-book "Quem será o próximo presidente?", Chico Mendez admite que deputado "apanha" da esquerda e da direita

Chico MendezChico Mendez - Foto: divulgação

Estrategista do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), o marqueteiro Chico Mendez reconhece as dificuldades do seu cliente no primeiro mandato no comando da Casa. Em entrevista ao e-book "Quem será o próximo presidente?", lançado na semana passada, Mendez aponta diferenças entre o contexto nacional e internacional de agora e do enfrentado pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que apoiou Motta na eleição.

— Ele (Motta) está no pior emprego do mundo. Uma coisa é ser presidente da Câmara em um momento de transição de governo, quando o 8 de Janeiro havia anestesiado as pessoas. Naquele momento a palavra anistia era proibida e Joe Biden era presidente dos EUA. Agora, o cenário é outro: tem Donald Trump, tarifaço, Lei Magnitisky, Carla Zambelli presa na Itália, Bolsonaro prestes a ir pelo mesmo caminho.

Mendez defende a postura de Motta mesmo 'apanhando dos dois lados das redes sociais'. Nos últimos meses, o presidente da Câmara virou alvo da direita porque a pauta da anistia não anda, e foi atacado pela esquerda devido à lentidão de tramitação dos projetos ligados ao governo, como a isenção do IR para quem ganha menos de R$ 5 mil e a PEC da segurança.

Manifestações nas ruas se levantaram contra a PEC da Blindagem, proposta encampada por Hugo Motta. A pressão popular levou o Senado a arquivá-la, encerrando sua tramitação na Comissão de Constituição e Justiça, que rejeitou a PEC por unanimidade.

— A grandeza do Hugo Motta está em não tomar lado algum no comando da Câmara. O silêncio também comunica, muitas vezes. Imagina se ele fosse um presidente mais esquentado, estilo Arthur Lira, de pé na porta?

O e-book "Quem será o próximo presidente" apresenta 12 entrevistas com os maiores estrategistas políticos e donos de institutos de pesquisa do Brasil.

Entre os entrevistados, estão os protagonistas das últimas eleições presidenciais: os dois marqueteiros do PT nas últimas cinco disputas — João Santana (2006, 2010 e 2014) e Sidônio Palmeira (2018 e 2022); e os estrategistas que estiveram ao lado de Bolsonaro nas vezes em que concorreu — Marcos Carvalho (2018) e Duda Lima (2022).

Além disso, foram ouvidos profissionais vitoriosos em campanhas estaduais e municipais recentes: Pablo Nobel (Tarcísio de Freitas, em São Paulo), Paulo Vasconcelos (Cláudio Castro, no Rio); Renato Pereira (Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, no Rio); Marcelo Faulhaber (Eduardo Paes e Marcelo Crivella, no Rio).

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