Sáb, 06 de Dezembro

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Política

Na ONU, Lula busca identificar aliados em meio a tensão com EUA

Presidente brasileiro abre, nesta terça-feira (23), o debate da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York

Lula deve adotar um tom firme, mas não confrontativoLula deve adotar um tom firme, mas não confrontativo - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) abre, nesta terça-feira (23), o debate da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em um dos momentos mais delicados da relação entre Brasil e Estados Unidos. Tradicionalmente, cabe ao Brasil a primeira fala da sessão, seguida pelo pronunciamento do governo norte-americano.

Apesar das recentes tensões, Lula deve adotar um tom firme, mas não confrontativo. O objetivo, segundo diplomatas, é reafirmar posições estratégicas do Brasil sem transformar o discurso em uma disputa direta com Washington. Trata-se de uma fala planejada para fortalecer laços com parceiros internacionais e identificar aliados, em vez de acentuar divergências.

O pano de fundo da crise envolve a decisão do governo norte-americano de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções contra autoridades, entre elas o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.

Mesmo diante desse cenário, Lula deve evitar citar Trump ou os EUA de forma direta. A estratégia é marcar posição em defesa da soberania nacional, destacando a independência das instituições brasileiras e a importância de respeitar a autonomia de cada país. O tom buscará transmitir firmeza, mas sem agravar a tensão bilateral. Além disso, o presidente pretende reforçar o papel histórico do Brasil como um ator multilateral, aberto ao diálogo e promotor da paz.

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