Seg, 08 de Dezembro

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"Matar meio mundo de gente"

PF acusado por trama golpista diz que "estava preparado par prender Alexandre de Moraes"

Wladimir Soares, denunciado pela PGR, afirmou que ia 'matar meio mundo de gente'

Policial federal Wladimir Soares, acusado por trama golpista, diz que "estava preparado par prender Alexandre de Moraes"Policial federal Wladimir Soares, acusado por trama golpista, diz que "estava preparado par prender Alexandre de Moraes" - Foto: reprodução

O policial federal Wladimir Soares, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela trama golpista, afirmou em um áudio que estava "preparado" para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que estaria na equipe que realizaria a medida.

Soares está preso desde novembro, pela suspeita de integrar a organização criminosa que acusada de tentar dar um golpe de Estado em 2022.

A denúncia da PGR contra ele e outras 11 pessoas que formam o chamado "núcleo 3" do grupo vai ser julgada na semana que vem no STF.

A PF apreendeu o celular do policial em novembro, e enviou na terça-feira ao STF um relatório com o conteúdo das mensagens. Para a corporação, os diálogos comprovam que os investigados tinham um plano de sequestrar Moraes:

— A gente estava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes. Eu ia estar na equipe — afirmou Soares, em diálogo em 2 de janeiro de 2023.

Na mesma conversa, o agente diz que fazia parte de uma "equipe de operações especiais que estava pronta para defender" o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles não teriam agido, contudo, porque faltou uma "canetada" de Bolsonaro.

— Nós fazíamos parte, fazíamos de uma equipe de operações especiais que estava pronta para defender o presidente armado, sabe, e com poder de fogo elevado pra empurrar quem viesse à frente, entendeu velho? A gente estava pronto. Só que aí o presidente, esperávamos só o "ok" do presidente, uma canetada para a gente agir.

Na mesma mensagem, Soares afirmou que Bolsonaro "deu para trás" após generais do Exército afirmarem que não iriam apoiar o plano. O ex-comandante Marco Antônio Freire Gomes disse, em depoimento à PF, que não concordou com uma proposta do ex-presidente para reverter o resultado das eleições.

— Só que o presidente deu para trás, porque na véspera que a gente ia agir, o presidente foi traído dentro do Exército. Os generais foram lá e deram a última forma e disseram que não iam mais apoiar ele.

O policial ainda diz que, se o plano fosse concretizado, eles iriam "matar meio mundo de gente":

— A gente ia com muita vontade, a gente ia empurrar meio mundo de gente. Matar meio mundo de gente. Estava nem aí já, cara.

Em resposta apresentada à denúncia da PGR, a defesa de Soares afirmou que "não há nos autos qualquer evidência de que o acusado tenha participado de atos preparatórios ou executórios de qualquer plano contra autoridades públicas ou contra o Estado Democrático de Direito".

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