Presidente do PT chama Trump de "maior líder fascista do século 21"
Fala de Edinho Silva reflete o agravamento da crise diplomática com os EUA e a crescente indignação no governo brasileiro
O presidente do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, voltou a afirmar nesta segunda-feira (15) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o “maior líder do fascismo do século XXI”. A fala foi durante o ato "Direitos Já! - Em Defesa da Democracia e da Soberania Nacional", no Teatro da PUC (TUCA), em São Paulo.
—Trump é o maior líder fascista do século XXI e nós não podemos ter o receio da caracterização. Nem tão pouco temos o receio de fazermos um paralelo daquilo que antecedeu a Segunda Guerra Mundial. É hora de nós levantarmos as nossas vozes, de criarmos um ambiente de mobilização — declarou Edinho.
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Em uma contundente manifestação, o petista conclamou presidentes de partidos e lideranças a reconhecerem a importância do momento histórico atual, alertando que, apesar de uma recente "vitória da democracia e do Estado Democrático de Direito", a luta contra o autoritarismo está longe de terminar.
— O Brasil pode, sim, ser exemplo para o mundo, mas dependerá de nós, da nossa capacidade de mobilização, da nossa capacidade de luta para que a gente possa fazer a democracia vencer o fascismo — afirmou Edinho.
A fala do cacique político reflete o agravamento da crise diplomática com os EUA e a crescente indignação no governo brasileiro. A tensão escalou após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciar na rede Fox News que o país deve implementar novas sanções contra o Brasil na próxima semana, como resposta direta à condenação de Bolsonaro. Rubio afirmou que "o Estado de Direito está entrando em colapso" no país, ecoando o discurso de perseguição política dos bolsonaristas.
Em agosto, na véspera da entrada em vigor das tarifas de 50% aos produtos brasileiros, ele também fez críticas ao presidente dos Estados Unidos, a quem já havia chamado de “o maior líder do fascismo do século XXI”.
A declaração do petista também ocorre em meio a uma manobra de pressão concreta: a uma semana da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, o governo Trump ainda não liberou todos os vistos para a comitiva que acompanhará o presidente Lula. Diplomatas brasileiros consideram a ação uma tentativa deliberada de constrangimento, e o Itamaraty já estuda acionar os Estados Unidos em um comitê da própria ONU por violação do acordo de país-sede.

