Preso, Bolsonaro terá nova reunião com Valdemar para definir nomes ao Senado em SP, MG, SC e MG
Ex-presidente espera participar de conversa sobre postulantes
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, pediu autorização para um novo encontro com Jair Bolsonaro (PL) na semana que vem, data posterior ao julgamento do ex-presidente por participação na trama golpista, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em prisão domiciliar, Bolsonaro já conta com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino pela sua condenação, o que acendeu o alerta no partido por definições urgentes em relação às candidaturas ao Senado em 2026.
Além de incertezas quanto à liberdade do ex-presidente, pesa o agravamento recente do seu quadro de saúde, o que acelera a necessidade por definições que dependem do aval do patriarca do clã Bolsonaro.
As candidaturas de ao menos quatro estados, entre eles São Paulo, precisam ser definidas. No maior colégio eleitoral do país, a composição da chapa da direita tem o nome do secretário de Segurança do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), Guilherme Derrite (PP), dada como certa.
A escolha pelo outro nome, entretanto, ainda é motivo de disputa entre dois nomes ligados à bancada evangélica: por um lado, há quem defenda o nome do deputado Marco Feliciano, do PL e seu fiel aliado, para a composição com Derrite.
Em outra frente, Bolsonaro vê com simpatia a possibilidade de uma composição com Cezinha de Madureira (PSD), como forma de atrair eleitores de centro para o seu palanque.
Cezinha foi coordenador da bancada evangélica na Câmara e esteve presente em atos de desagravo ao ex-presidente, apesar de manter boa interlocução com o governo Lula. Seja quem for o nome escolhido, Bolsonaro faz questão de também opinar quanto ao possível suplente dos candidatos ao Senado, já que pretende fazer maioria na Casa para mobilizar ações contra ministros do STF.
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No primeiro encontro dos dois na prisão domiciliar, no mês passado, foi alinhado que seria necessário pensar no cenário da eleição de São Paulo sem o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Favorito no estado, Eduardo está nos Estados Unidos desde março e corre risco de perder o mandato por faltas.
Durante o encontro, Valdemar ponderou que Eduardo dificilmente conseguirá se viabilizar. Há receio de que, caso retorne ao Brasil, possa ser preso, uma vez que é investigado por articular sanções a autoridades brasileiras.
Na lista de definições que Valdemar precisará ter com Bolsonaro também está a vaga restante para o Senado em Santa Catarina.
O estado comandado pelo governador Jorginho Mello (PL) terá a candidatura do hoje vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), filho 02 do ex-presidente, que mudará o seu domicílio eleitoral.
Desta forma, há disputa pela segunda vaga: o senador Esperidião Amin (PP) avança como favorito no duelo para se manter no cargo, contra a postulação da deputada Carolina de Toni (PL). Amin é visto como um nome que permite mais palanques no estado e amplia o eleitorado para a chapa. Além disso, é visto com simpatia por Jorginho Mello.
Em Minas Gerais, os deputados Domingos Sávio (PL) e Eros Biondini (PL) disputam a indicação de Bolsonaro para disputar o Senado.
Por lá, a possibilidade de dois nomes do PL concorrerem ao Senado é considerada remota. Bolsonaro já externou a necessidade de ampliar palanques no estado compondo com um candidato de outro partido.
Em Mato Grosso, três nomes correm na mesma raia. Entre eles, está o governador Mauro Mendes (União), que deve ter o apoio de Bolsonaro. O segundo apoio é disputado pelo deputado José Medeiros (PL) e pela emedebista Janaína Riva. Enquanto ele é defendido por alguns por representar o "bolsonarismo raiz" no estado, ela é vista como potencial puxadora de votos entre as mulheres e melhor cotada nas pesquisas de intenção de votos.
Os encontros em meio à prisão domiciliar indicam que o partido pretende manter Bolsonaro como parte central de sua estratégia eleitoral, alinhando candidaturas estaduais e chapas proporcionais com ele.

