Seg, 08 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
BRASIL

Quem é Jéssica Cormick, vice que assume prefeitura de São Bernardo do Campo (SP)

Sargento da Polícia Militar, ela ocupa o cargo após Marcelo de Lima (Podemos) ter sido afastado devido a investigação da PF

Jéssica Cormick, do Avante, assume a prefeitura de São Bernardo do Campo após afastamento de Marcelo Lima (Podemos) Jéssica Cormick, do Avante, assume a prefeitura de São Bernardo do Campo após afastamento de Marcelo Lima (Podemos)  - Foto: Reprodução/Intagram

Após operação da Polícia Federal que levou ao afastamento do prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Marcelo de Lima Fernandes (Podemos), a vice-prefeita do município, Jéssica Cormick (Avante), assumirá o cargo. Sargento da Polícia Militar desde 2005, ela se afastou da corporação a convite de Lima para integrar sua chapa nas eleições de 2024.

Aos 38 anos, a vice ocupa seu primeiro cargo eletivo. Antes de tomar posse como vice-prefeita, construiu carreira na Polícia Militar, com especialização em Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública. Jessica é mãe de Rafaella, nascida em 2013, e casada com Éder Cormick, também sargento da PM. Atualmente, ela cursa um MBA em Governança Pública.

A investigação da Polícia Federal também mirou o presidente da Câmara Municipal, Danilo Lima Ramos (Podemos), primo do prefeito afastado, e o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB). Pelo regimento interno, a presidência da Casa deve ser assumida pela vereadora Ana Nice (PT).

 

A operação
Deflagrada ontem pela Polícia Federal, a "Operação Estafeta" apura corrupção e lavagem de dinheiro supostamente praticadas por organização criminosa na administração municipal de São Bernardo do Campo (SP). A diligência começou em julho de 2025, quando foram apreendidos R$ 14 milhões em espécie (entre reais e dólares) com Paulo Iran Paulino Costa, assessor legislativo no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL).

Na data da apreensão, em 7 de julho, a análise do celular de Iran revelou vínculo direto com o prefeito de São Bernardo. Segundo a PF, o assessor, que está foragido, controlava informalmente o fluxo de caixa do prefeito, registrando entradas e saídas de dinheiro em anotações manuscritas. Ele também pagava despesas pessoais de Marcelo Lima, de sua esposa, Rosangela dos Santos Lima Fernandes, e da filha, Gabriele dos Santos Lima Fernandes.

O esquema, de acordo com a PF, envolvia empresas contratadas pela prefeitura e pela Fundação ABC — organização social que administra unidades de saúde na região. As companhias atuavam em áreas como saúde, informática, limpeza urbana e transporte público. A suspeita é que realizavam repasses ilegais para manter ou conquistar contratos milionários com o poder público.

Os recursos eram recebidos por Iran diretamente ou por meio de servidores, como Antônio Rene da Silva Chagas, diretor na Secretaria de Coordenação Governamental; Fábio Prado, secretário da pasta; e Roque Araújo Neto, servidor da Câmara Municipal. Também foram citados o vereador Danilo Lima de Ramos, o ex-vereador Ary Oliveira e Paulo Guidetti, ex-secretário municipal de Administração.

A PF pediu a prisão de Marcelo Lima, mas a Justiça negou. Em vez disso, determinou seu afastamento por um ano e o uso de tornozeleira eletrônica.

Em nota, a prefeitura informou que colabora com as investigações e afirmou que “a gestão municipal é a principal interessada para que tudo seja devidamente apurado” e que o episódio “não afeta os serviços na cidade”.

Veja também

Newsletter