Quem é Marcelo Lima, prefeito de São Bernardo do Campo, afastado por suspeita de corrupção
Político já foi vereador, vice-prefeito, secretário e deputado federal
O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo de Lima Fernandes (Podemos), afastado do cargo nesta manhã após investigação da Polícia Federal sobre um esquema de corrupção na cidade, iniciou sua carreira política aos 25 anos. Hoje, com 42, já atuou como vereador, vice-prefeito e deputado federal por São Paulo. Em 2024, assumiu a prefeitura da cidade em que nasceu, desbancando os candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo presidente Lula (PT).
Vice-prefeito de São Bernardo por duas vezes (em 2016 e 2020), na chapa com Orlando Morando (ex- PSDB), Lima também acumulou a Secretaria de Serviços Urbanos da cidade. Porém, foi afastado do cargo em 2021 por determinação judicial, no contexto da Operação Lix, sob suspeita de favorecimento em contrato sem licitação.
Em 2022, concorreu a uma cadeira no Legislativo federal pelo Solidariedade. Eleito com 110.430 votos, perdeu o mandato por infidelidade partidária após mudar para o PSB em 2023. No início de 2024, migrou para o Podemos para disputar a prefeitura de São Bernardo do Campo, após o PSB confirmar apoio ao pré-candidato Luiz Fernando Teixeira (PT), candidato de Lula.
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A vitória para Lima veio no segundo turno, que disputou contra Alex Manente (Cidadania), adversário apoiado por Bolsonaro e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nesta manhã, o prefeito foi afastado do cargo por um ano, e a justiça determinou que use uma tornozeleira eletrônica. As medidas são resultado de operação da Polícia Federal que apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por suposta organização criminosa na administração pública do município.
Além do prefeito, o atual presidente da Câmara Municipal da cidade e primo de Lima, vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), e o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB) também foram alvos da Operação Estafeta.
As investigações tiveram início em julho de 2024, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie (entre reais e dólares norte-americanos) na posse do auxiliar legislativo da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Paulo Iran, suspeito de integrar a organização criminosa.

