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Sóstenes e Jordy são alvos de operação da PF para apurar desvios de cotas parlamentares

Ao todo, são sete mandados de busca e apreensão, determinados pelo Supremo Tribunal Federal (STF)

Líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes CavalcanteLíder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira em endereços ligados ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e ao deputado Carlos Jordy (PL-RJ). A investigação apura uma suspeita de desvio de cota parlamentar por meio do aluguel de veículos, serviços a que os parlamentares têm direito. A operação foi determinada pelo ministro Flávio Dino, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, são sete mandados de busca e apreensão, determinados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), cumpridos no Rio e no Distrito Federal. Em um endereço ligado a Sóstenes, em Brasília, os agentes encontraram R$ 430 mil em dinheiro vivo. A operação foi denominada "Galho Fraco".

De acordo com a PF, "agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública". A investigação apura os possíveis crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Nas redes sociais, Jordy afirmou que é alvo de uma "perseguição implacável" e de "pesca probatória". Ao Globo, ele acrescentou que "não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz". Sóstenes foi procurado, mas ainda não se manifestou.

 

O dinheiro desviado, segundo a investigação, era enviado para empresas de fachada. O grupo, então, promoviam a lavagem dos recursos. Os assessores dos dois movimentaram milhões, de acordo com investigadores que participam da operação.

Desdobramentos
Um ano antes de fazer a operação que tem como alvos o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra assessores dos deputados.

A operação da época foi denominada "Rent a Car" em referência ao suposto esquema, no qual uma empresa de locação de veículos era usada para simular contratos de prestação de serviços. Ainda segundo os investigadores, agentes públicos e empresários teriam firmado um "acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares" a partir dessa prática.

Levantamento feito pelo Globo em dezembro do ano passado mostrou que os gastos de Sóstenes com aluguel de carro em 2024 representavam quase o dobro da média dos valores declarados por outros parlamentares.

Ao longo do ano passado, os gastos do parlamentar ultrapassaram R$ 137,9 mil, enquanto a média das despesas de outros deputados com essa categoria foi aproximadamente R$ 76,8 mil.

Já as despesas de Carlos Jordy com o aluguel de carros foram de R$ 65, 4 mil, estando abaixo da média geral e da sigla.

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