Tarcísio trata de anistia com presidente do Republicanos antes de julgamento de Bolsonaro
Governador de São Paulo permanece recluso no Palácio dos Bandeirantes e evita a imprensa
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferiu evitar os holofotes nesta segunda-feira, 1º, véspera do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as agendas internas no Palácio dos Bandeirantes, contudo, esteve um encontro com o presidente do seu partido, Marcos Pereira. Segundo o dirigente partidário, o encontro tratou da “anistia”.
Além do projeto de lei que tramita na Câmara e procura livrar os condenados pelos ataques do 8 de janeiro, Tarcísio se comprometeu publicamente a conceder um indulto a Bolsonaro como “primeiro ato” caso seja eleito presidente da República.
Leia também
• Eduardo diz que Tarcísio não é candidato "anti-establishment" esperado pela base bolsonarista
• Com aval de Bolsonaro, Tarcísio nacionaliza discurso e faz movimentos por candidatura em 2026
• Tarcísio: primeiro ato, se eu for presidente, será conceder indulto a Bolsonaro
A declaração veio após uma sequência de críticas de Eduardo e Carlos Bolsonaro sobre as articulações por uma chapa de centro-direita contra Lula enquanto Bolsonaro está preso em casa e no momento em que o governador passou a se movimentar de maneira mais clara rumo a uma disputa presidencial em 2026.
O julgamento de Bolsonaro por golpe de estado no Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta terça-feira, 2, a partir das 9h, com oito sessões previstas ao todo. Será restrito à primeira turma da Corte, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
O político é acusado de ser o principal beneficiário da trama golpista, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os demais réus do chamado “núcleo crucial” levados a julgamento serão os ex-ministros de seu governo Walter Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além de Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin e atualmente deputado federal pelo PL-RJ), Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens).
A PGR pediu a condenação de todos por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ramagem, contudo, teve suspensos pela Câmara dos Deputados os crimes supostamente cometidos após a diplomação.
Flerte com o PL
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou na semana passada que conta com a filiação do governador de São Paulo caso ele acerte com Bolsonaro, inelegível até 2030, a desistência da candidatura do ex-presidente e o seu apoio aberto na disputa.
Esse movimento vem sendo anunciado pelo cacique partidário há anos, ainda sem sucesso. Com a proximidade das eleições, porém, o Republicanos tentar evitar a saída. A sigla do "Centrão" comanda um ministério no governo Lula, o de Portos e Aeroportos, com Silvio Costa Filho.

