Tarcísio visita Bolsonaro em meio a indefinição sobre candidatura e anistia
É provável que Tarcísio e Bolsonaro tratem sobre a formação da chapa de centro-direita que concorrerá ao Senado por São Paulo
Autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visitará o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontra em prisão domiciliar por participação na trama golpista, nesta segunda-feira.
O encontro, que ocorre em Brasília, acontece em meio a incertezas sobre o papel de Tarcísio nas eleições do ano que vem. Sem ter definido se será candidato ao governo ou substituirá Bolsonaro na corrida presidencial, é provável que Tarcísio também trate com o ex-mandatário sobre a formação da chapa de centro-direita que concorrerá ao Senado por São Paulo.
Outra pauta que deve estar na conversa entre os dois se refere à anistia aos condenados por atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Na última semana, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei que cria uma dosimetria de penas aos presos, se reuniu com deputados do PT e ouviu da bancada do partido que a legenda não apoiará o texto que está sendo construído por ele.
Em resposta, o relator declarou que espera ter o projeto votado na próxima terça-feira e que vai trabalhar para que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não seja votada enquanto a discussão sobre a alternativa à anistia não for superada. Em resposta, o ministro da Economia, Fernando Haddad, disse que vincular uma votação à outra é "uma loucura".
Leia também
• Tarcísio confirma visita a Bolsonaro na segunda, nega tratar de anistia e assegura buscará reeleição
• Governo Tarcísio acelera venda de terras públicas e sofre pressão do PT no STF
• "PEC da Blindagem é distorção e anistia é caminho para paz dialogada", diz Tarcísio
Tarcísio se colocou como um dos principais interlocutores por um texto alternativo à anistia. Desta forma, os dois devem alinhar a estratégia que será adotada pelos parlamentares de centro-direita nesta semana. Paulinho da Força deve apresentar um projeto que reduz penas de envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de não anistiá-lo por completo. Paulinho passou a chamar a proposta de "PL da Dosimetria".
Na última semana, ele se reuniu com várias bancadas, entre elas, a do Republicanos, partido de Tarcísio. Essas reuniões têm servido para medir até onde é possível ir sem perder apoio de setores essenciais. Se ceder demais à pressão bolsonarista, Paulinho pode perder respaldo de governistas e do STF; se endurecer demais, corre o risco de ver o Centrão desembarcar.
Sucessão e Senado em 2026
Na última semana, Bolsonaro negou a aliados que tenha escolhido um candidato para substituí-lo em 2026 e reafirmou que a decisão só será tomada no ano que vem. Tarcísio, por sua vez, reforça sua intenção de disputar a reeleição no estado.
Quanto à corrida para o Senado por São Paulo, o encontro deve ter como tema a possibilidade de substituição do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), qiue permanece nos Estados Unidos e era tido como nome certo para representar a família. Com medo de ser preso ao voltar para o Brasil, Eduardo tem o retorno incerto.
Tarcísio apoia que uma das vagas seja ocupada pelo atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP). A segunda vaga conta com postulantes como Marcos Feliciano (PL) e Cezinha Madureira (PSD).

